domingo, 30 de agosto de 2009

10 objeções contra 10 razões iniciais do testemunho do convertimento de Dave Armstrong ao catolicismo romano. (Continua na próxima postagem)


Baseado no artigo “150 RAZÕES PORQUE ME TORNEI UM CATÓLICO, Testemunho de Conversão de Dave Armstrong”.

O artigo inicia assim:

Depois de se enveredar na busca pela verdade, Dave Armstrong é recebido na Igreja Católica, em 1992 junto com sua esposa Judy. Eis alguns motivos porque deixou o protestantismo.


1. A Igreja católica oferece a única visão coerente da história do Cristianismo (Tradição Cristã, Apostólica) e possui a moralidade cristã mais profunda e sublime: espiritual, social moral, e filosófica.

Objeção 1. A Igreja católica romana não é a única visão coerente da história do Cristianismo, e nunca foi. A Igreja em Atos não era episcopal monárquica como é a igreja romanista, inicialmente era de modelo congregacional e presbiteral. A organização católica romana é ministrada pelo bispo de Roma, o papa, e isto não é modelo bíblico. Moralidade profunda não supõe Simonia, indulgências, Inquisição e pedofilia.


2. Eu me tornei um católico porque acredito sinceramente, em virtude de muita prova cumulativa, que o Catolicismo é a verdade, e que a Igreja católica é a Igreja visível divina estabelecida por Jesus contra o qual as portas do inferno não podem e não prevalecerão (Mt 16,18).

Objeção 2. O romanismo não é a verdade revelada nas Escrituras: a missa é uma distorção e abominação do sacrifício de Cristo, o purgatório foi criado cerda de 600 anos depois do Novo Testamento, a veneração de anjos e santos mortos, a venda de indulgência em troca de salvação ou diminuição de penas, etc. Cristo nunca ensinou tais coisas, onde estão as provas cumulativas?


3. Eu deixei o Protestantismo porque era seriamente deficiente na interpretação da Bíblia "somente a fé". É inconsistente na adoção de várias Tradições católicas (por exemplo, o Cânon da Bíblia, falta uma visão sensata da história Cristã. Chegou a um acordo moralmente anárquico e relativístico. Essas são algumas das deficiências principais que eu vi eventualmente como fatal para a "teoria" do Protestantismo).

Objeção 3. Armstrong deve ter sido no máximo um arminiano superficial, pois a doutrina da justificação pela fé está comprovada nos escritos do apóstolo Paulo com grande clareza.


4. O Catolicismo não é dividido formalmente, nem é sectário (Jo 17, 20-23) (Rm 16, 17) (1 Cor 1, 10-13).

Objeção 4. O romanismo se apresenta como uma igreja monolítica mas seu edifício tem muitas fissuras provocadas por inúmeras alas católicas romana: há liberais, carismáticos, conservadores, etc.


5. A Unidade católica faz o Cristianismo e Jesus mais acreditáveis para o mundo (Jo 17, 23).

Objeção 5. Esta unidade é aparente, se há uma unidade a ser testificada é o poder centralizador material e patrimonial da igreja católica, quanto a doutrina, nem tudo que o papa requer os fiéis seguem à risca. Há uma aparente unidade, o que dizer das alas ecumênicas? Ninguém faz Jesus mais acreditável, isto é uma falácia, só o Espírito Santo pode convencer.


6. Por causa do Catolicismo se unificou a visão Cristã completamente do sobrenatural.

Objeção 6. Sem comentários, não tem fundamentação.


7. O Catolicismo evita um individualismo que arruína a comunidade Cristã (1 Cor 12, 25- 26).

Objeção 7. O individualismo é algo inerente do hedonismo ocidental, embora prejudicial para a Igreja, não é exclusividade protestante. Tal problema é inerente para protestantes e católicos romanos. O papa Bento 16 criticou recentemente o individualismo dos fiéis.


8. O Catolicismo evita o relativismo teológico, por meio da certeza dogmática, que é centralizada no papado.

Objeção 8. O protestantismo histórico fez largo uso de confissões de fé, evitando assim o relativismo teológico, porém não centralizada em um papa, mas nas Escrituras.


9. O Catolicismo evita anarquismo doutrinário, impedindo assim a divisão do verdadeiro Cristianismo.

Objeção 9. Igrejas protestantes sérias evitam o anarquismo doutrinário para evitar a divisão do verdadeiro cristianismo e a Igreja Romana não é tão monolítica quanto proclama ser, há desde alas conservadoras à carismáticas, como já fora citado.


10. O Catolicismo formalmente previne o relativismo teológico que conduz às incertezas dentro do sistema protestante.

Objeção 10. O relativismo é penetrante na cultura ocidental de hoje, o romanismo não está livre – principalmente em seus seminários liberais --, o protestantismo histórico combateu e deve combater o relativismo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI E A GRAÇA

Hoje em dia é comum ouvirmos de “cristãos” que não estamos debaixo da lei, mas da graça, a fim de justificarem os seus desvios ao santo padrão objetivo de obediência moisésestabelecido por Deus nas Sagradas Escrituras. Tal afirmação é fundamentalmente derivada de uma errônea interpretação das palavras de Paulo, escritas aos crentes de Roma: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6:14 RA).

Tais “cristãos”, infelizmente a imensa maioria assim denominada hodiernamente, estabelecem uma dicotomia intransponível entre lei e graça, entre lei e evangelho. Para eles, o evangelho é substancialmente distinto da lei, e totalmente incompatível com ela.

Apenas para ilustrar esse fato, alguns dias atrás eu estava assistindo um programa em uma rede de televisão “evangélica”, a RIT TV (Rede Internacional de Televisão), emissora controlada pela Igreja Internacional da Graça de Deus, cujo líder é o “missionário” R. R. Soares, em que dois dos apresentadores foram entrevistar uma “bispa” da igreja Renascer em Cristo, cujo nome não lembro no momento, ocasião na qual um deles indagou à bispa se ela conhecia bem as Escrituras, recebendo resposta afirmativa.

Então, o apresentador perguntou à “bispa” quais eram os dez mandamentos. Incontinenti, ela respondeu que nos dias de hoje, da graça, nós temos apenas dois mandamentos, certamente fazendo alusão às Palavras de Jesus em Mateus: “... Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39 RA).

O apresentador insistiu, e a bispa desconversou, mudou de assunto, desviou o foco da conversa, etc. Então, com muitas risadas, o apresentador insistia: “não enrola, bispa”, quais são os dez mandamentos? A “bispa” continuou desconversando, e terminou o quadro sem citar textualmente os dez mandamentos encontrados nos Livros de Êxodo e Deuteronômio, dando clara indicação de não conhecê-los, apesar de sua própria afirmação no início da entrevista de que conhecia bem as Escrituras.

O exemplo dessa “bispa” pode ser multiplicado aos milhares, e, infelizmente, aos milhões. A raiz de toda essa ignorância, sem dúvida, fundamenta-se no ensino equivocado da cessação da vigência da lei de Deus na dispensação do evangelho, como se os crentes do Antigo Testamente tivessem sido redimidos não pela graça, mas pelas obras da lei.

Antes de apresentar o que julgo ser uma correta e bíblica interpretação do significado pretendido pelo apóstolo tenho que dizer que, mesmo algumas pessoas pessoas pelas quais nutro grande admiração, na tentativa de combater os erros advindos de uma interpretação equivocada do versículo em questão, terminaram por também cometer erros na exegese da passagem. É o caso de Kenneth L. Gentry Jr., que escreveu:

Romanos 6:14 é a passagem “anti-teonômica” mais famosa. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” Essa é uma passagem Classe 4. observe duas coisas:

1. Paulo não está se referindo à Lei Mosaica, mas à lei-princípio para a salvação, isto é, ao legalismo. A Lei de Deus não é uma inimiga da graça de Deus, pois a Lei de Deus endossa a graça de Deus.

2. A frase “debaixo da lei” significa ser um escravo do legalismo. De acordo com o contexto, devemos ser “escravos da justiça”, pois estamos “debaixo da graça”.i

Há nas palavras de Kenneth Gentry uma verdade que deve ser destacada: “A Lei de Deus não é uma inimiga da graça de Deus, pois a Lei de Deus endossa a graça de Deus”. Contudo, estou convicto que ele chegou à uma conclusão totalmente enganada sobre o significado da expressão “debaixo da lei” como sendo sinônima de “escravo do legalismo”. Também nego que o vocábulo lei na passagem em comento se refira “... à lei-princípio para a salvação”.

Essa minha convicção advém de inteligência do próprio versículo, no qual Paulo afirma que o pecado não teria domínio sobre seus leitores justamente por eles não estarem “debaixo da lei”. É próprio do pensamento paulino, em especial na epístola aos Romanos, de que é a lei quem revela o pecado: “porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão” (Romanos 4:15 RA). O mesmo apóstolo, na mesma carta, afirma: “... eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás” (Romanos 7:7 RA).

Ademais, Paulo tinha por certo que “... a força do pecado é a lei” (1 Coríntios 15:56 RA), tanto que afiançou que “... o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou” (Romanos 7:11 RA).

O que tudo isso significa, então? O que significa estar debaixo da lei? Certamente, não significa não estar obrigado ao cumprimento, à observação, da lei. Não significa que a lei de Deus não é tão válida para os crentes da Nova Aliança quanto o era para os da Antiga.

A resposta ao significado da expressão “ não estais debaixo da lei” se encontra no fato de que “... a lei suscita a ira...”, porque “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gálatas 3:10 RA).

A lei suscita a ira porque exige perfeita obediência aos seus preceitos, e como nenhum homem descendente de Adão pode cumpri-la com a perfeição por ela requerida, segue-se que “... todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23 RA). Como “... o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23 RA), então todos os que pecaram são dignos de morte eterna.

Mas há um vínculo inquebrável entre a morte eterna e a morte espiritual, sendo aquela o ponto culminante, o afastamento definitivo e irremediável do pecador de Deus. Mas, para que um homem chegue à morte eterna ele deve permanecer entregue ao seu próprio curso, que naturalmente o levará ao banimento da face do SENHOR.

Mas como a Escritura, em especial as Escrituras paulinas, enxergam esse caminhar do homem segundo a sua própria natureza? Que ela mesma responda:

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza” (Romanos 1:20-26 RA).

As palavras bíblicas acima nos ensinam um grande princípio: o desprezo pelo conhecimento de Deus, o qual é revelado na própria Criação, traz consigo o juízo divino, de forma que os desprezadores são entregues à um estado ainda mais degenerado em seu viver, viver esse que só pode ter como padrão objetivo de avaliação a lei de Deus. Ou será que Paulo tem algum outro padrão quando fala que Deus entregou os homens à imundícia, pela concupiscências de seu próprio coração, e que “os entregou Deus a paixões infames”? Por acaso o apóstolo que escreveu que é a lei quem revela a concupiscência não teria em mente que a imundícia e as paixões infames dos homens só são assim consideradas em relação à lei de Deus?

Se homens que desprezaram a revelação natural, a revelação geral de Deus, receberam tal juízo, o que dizer daqueles que desprezam a sua revelação especial, a sua Lei? Não seriam dignos, tais, de juízo semelhante, ou mesmo mais rigoroso? Ou a Lei não traz conhecimento de Deus? Deus é bom, a sua lei é boa; Deus é justo, a sua lei é justa; Deus é santo, a sua lei santa; Deus é espírito, a sua lei espiritual. Isso não é mais do que suficiente para atestar que a lei traz conhecimento dos atributos de Deus?

Ora, mas o juízo pela quebra da lei é justamente ser entregue às próprias paixões, e ser entregue às próprias paixões é revelação da ira de Deus. Paulo começa a seção que discute essas coisas afirmando: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18 RA). E como ele demonstra que essa ira se revela? Pelo fato de os desprezadores do conhecimento de Deus serem entregues à sua própria corrupção, “... a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Romanos 1:28 RA).

Na carta aos Efésios, Paulo deixa esse seu pensamento bem explícito. Senão vejamos:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:1-3 RA).

Nessa passagem, Paulo assevera que quando os efésios estavam mortos espiritualmente, em seus pecados e delitos, eles andavam segundo o curso do mundo, segundo Satanás, segundo as inclinações da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. Paulo descreve os que assim andam através de dois hebraísmos, os quais são sinônimos: “filhos da desobediência” e “filhos da ira”.

Essas expressões indicam que por causa do pecado de Adão, por justo juízo divino, a humanidade foi entregue à prisão da sua própria corrupção. Por isso, a descendência de Adão pode muito bem ser chamada de “filhos da desobediência”, de “filhos da ira”.

Ocorre, que Paulo faz uma ressalva em relação aos seus leitores originais: “... e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”. O que isso significa? Que eles, apesar do estado presente (na época em que lhes foi escrita a carta) de vida espiritual, antes, apresentavam as mesmas características quanto à natureza decaída das pessoas não-crentes. Devemos levar em conta que essa passagem se encontra em um contexto maior em que Paulo trata da eleição divina. Logo, os efésios, apesar de eleitos, quando ainda não-regenerados apresentavam a mesma natureza corrupta, característica dos “filhos da ira”, dos não-eleitos.

Mas não devemos concluir disso que eles eram odiados pelo SENHOR, como Esaú, pois logo em seguida Paulo teve o cuidado de escrever:

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por ca fusa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2:4-7 RA).

Há uma clara distinção entre dois grupos: os eleitos e “os demais”, os não-eleitos. O primeiro grupo fora vivificado em Cristo Jesus, recebeu vida espiritual Nele, tendo como causa o grande amor de Deus, a fim de que a suprema riqueza da sua graça fosse revelada em seus eleitos através dos séculos (eternidade).

Portanto, um grupo, não obstante a sua obstinada violação da lei de Deus, foi salvo do ciclo vicioso de quebra/maldição da lei, foi liberto da sua própria corrupção, e é exatamente esse o significado de “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...”.

Essa libertação dos eleitos desse ciclo de desobediência e corrupção já fora prevista nos profetas: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ezequiel 36:26-27 RA).

Percebe-se das palavras do profeta Ezequiel que a obediência à lei de Deus é precedida da regeneração, da obra regeneradora do Espírito, uma obra da graça de Deus, da qual o homem é apenas sujeito passivo.

Consequentemente, a antítese traçada por Paulo, em última instância, é entre ira e graça. Os que foram destinados para a ira, por causa dos seus próprios pecados, embora Deus assim o tenha decretado, são mantidos na prisão das suas concupiscências, e assim acumulam cada vez mais ira para o dia do juízo. Os eleitos, todavia, por causa de Cristo, são salvos da maldição da lei, pois a “... graça...” lhes “... foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2 Timóteo 1:9 RA).

O resultado prático da eleição é uma vida de santidade, contrária àquela anterior à regeneração:

“... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:22-24 RA).

Mas, qual a razão que torna possível o regenerado viver uma vida conforme a requerida pelo apóstolo? Ele responde, no mesmo contexto: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;” (Efésios 5:1 RA). É o fato de que os regenerados estão sob o amor, sob a graça de Deus, que os torna aptos a serem imitadores de Deus. Os “filhos da ira” só podem andar segundo a inclinação da carne, mas “os filhos amados” podem e devem andar segundo o Espírito.

A questão toda, portanto, reside na antítese ira e graça. Estar debaixo da lei é estar debaixo da ira, é estar obrigado a cumprir as exigências da lei sem a operação sobrenatural do Espírito. O corolário lógico dessa situação é a maldição.

Sendo assim, julgo que Kenneth Gentry chegou a um resultado interpretativo equivocado, ao concluir que o termo “lei” na passagem em comento é sinônimo “lei-princípio para salvação”, e estar debaixo da lei é estar debaixo do legalismo.

Tanto uma análise exegética quanto teológica demonstra que “lei” no contexto é a lei de Deus, e estar debaixo da lei é estar debaixo da sua obrigação à parte de Cristo, à parte dos méritos justificadores de Jesus, e da obra interior do Espírito que interioriza a lei de Deus e que torna os filhos de Deus aptos para a obediência dos preceitos do SENHOR.

Essa obra interior, a regeneração, assim como a obediência da lei dela resultante está no cerne da promessa evangélica. Logo, não há nenhuma incompatibilidade entre a lei e o evangelho.

Como já salientei, o que há é uma antítese entre dois grupos, um objeto, desde a eternidade, da graça de Deus, e outro destinado à ira divina, objeto do seu desprazer eterno, porque tanto o amor como a ira de Deus são eternas, como exige a divindade de Yahweh.

Estar debaixo da lei é estar debaixo da sua vigência sem Cristo e sem Seu Espírito, restando apenas o juízo pela sua violação.

Estar debaixo da graça é estar debaixo da obrigação de obediência à lei do Senhor, todavia gozando da justificação em Cristo, sabendo que “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1 RA). A imperfeição da obediência, por causa do pecado que ainda habita neles, dos servos de Cristo não traz sobre eles a ira de Deus, haja vista que eles são objetos do amor divino, o qual terminará neles a obra que começou.

Não devemos e não necessitamos aceitar as reivindicações desse “cristianismo” apóstata, que advoga a cessação da vigência da lei de Deus, mas também não precisamos combater o erro com outro erro. A verdade nos basta.

Por Célio Lima.

iGENTRY, Kenneth L. A Lei de Deus no Mundo Moderno: a relevância contínua da lei do Antigo Testamento. Brasília: Publicações Monergismo, 2008, pp. 48-49.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Salmo 8 (Genebra)


SALMO 8 (Genebra)

1. Ó Senhor, nosso Deus tão adorável,
Teu santo Nome quão grande e admirável!
Tua glória_atravessa os véus,
Tua Majestade_está sobre os Céus.

2. Com tenra idade e do leite materno,
Pregam aos velhos teu poder eterno:
Sua frágil voz confunde a impiedade,
E do latente condena a maldade.

3. E longe do ruído, em Ti me deleito,
Dos teus dedos contemplo o Teu feito,
Os Céus, a Lua, e os Astros brilhantes,
Que tua sabedoria dispôs errantes;

4. Eu digo então, ó Rei supremo,
Que é o homem ou seus filhos mesmo,
Que tua bondade se digne visitar,
e dele a tua bênção se lembrar?

5. Tu o fizeste pouco menor que os anjos,
Que nos céus celebram teus louvores:
Também de brilho o rodeaste,
e de glória e de honra coroaste.

6. Tu o fazes rei sobre obras tais,
Que formaste com tuas mãos imortais;
Por Tuas ordens santas, sem excepção,
tudo puseste sob seus pés em sujeição.

7. Todos os rebanhos perto das fontes;
O grande gado que pasta_entre montes;
As feras no deserto e no bosque,
São dominadas ou temem sua voz.

8. Nos céus aves que voam e que cantam,
E peixes em cardumes que se espantam,
Em rios, lagos e profundos mares,
Tudo sob ele está neste cosmos.

9. Ó Senhor, nosso Deus tão adorável,
Teu santo Nome quão grande_e_admirável!
Tua glória_atravessa os véus,
Tua Majestade_está sobre os Céus.


(Saltério "Os Muitos Salmos de David", Soberanagraca.blogspot.com)

O que é a FÉ REFORMADA?

(Rev. Gise Van Baren)

Os profetas do Antigo Testamento, advertiram a Judá, relativamente aos grandes perigos que enfrentaram: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos" (Os. 4:6). Amos advertiu, "Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. " (Amos 8 : 11).

A nossa grande preocupação é que a situação nos nossos dias e nesta terra é realmente semelhante aos dias dos profetas de antigamente. A revista Times afirmou em 30 de Jan., 1993 à questão: "Qual é a situação real (na Inglaterra)? Acreditando, que os cristãos praticantes são um pequeno punhado de nossa nação. Noventa por cento ou mais dos nossos cidadãos não têm quase nenhum conhecimento do cristianismo." Isto é um triste comentário. Nesse "minúsculo punhado" existem grandes divergências de fé. Há certamente uma grande necessidade de que a fé Reformada seja proclamada.

Porque é que a situação como ela é actualmente? Vivemos nos "últimos dias" (At 2:17). Durante este período de tempo, a palavra de nosso Senhor está a ser cumprida que muitos se desviam (I Tm 4:1) e o amor de muitos "se esfria" (Mt 24:12). No próprio mundo, é o materialismo grosseiro que tem envenenado a sociedade. Temos a louca corrida por mais e mais entretenimento, muitas vezes dos tipos mais abomináveis. Os escarnecedores continuam a zombar, perguntando: "Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. "(II Pedro 3:4).

A situação nas igrejas é quase tão má. A apostasia abunda. Há um massivo abandono dos "caminhos antigos" (Jer. 6:16). Existem os "lobos em peles de cordeiro" (Mt 7:15). A profecia da Escritura está sendo realizada: "e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si." (At 20:30). Há novamente uma crescente pressão para a união de todas as igrejas e denominações. A doutrina é considerada irrelevante. "Novas" teologias surgem. As ovelhas, ao que parece, estão prestes a serem devoradas pelos lobos raivosos. A nossa garantia então só pode estar na Palavra de Cristo, "Nenhum homem pode arrebatar-vos para fora da minha mão" (João 10:28).

Nestes tempos angustiantes, a Palavra de Cristo vem então em alto e bom som, " Eis que estou à porta e bato..." (Ap 3:20). Tal como Ele outrora ficou na porta da igreja de Laodicea, chamando para fora os fiéis que permaneciam nessa igreja apóstata, assim Ele chama ainda hoje. O povo de Deus tem fome da Palavra. Muitos não estão sendo alimentados. Eles estão recebendo "pedras por pão." Cristo convida a sair e cear com ele em torno de Sua Palavra que permanece para sempre.

Portanto, nós da Comunidade da Aliança Reformada Protestante (Covenant Protestant Reformed Fellowship), pretendemos formar um elo entre todos aqueles que amam a fé Reformada e desejam ainda os "antigos caminhos." Nós temos desejamos estabelecer, sempre que tal seja possível, igrejas que corajosamente proclamem as velhas verdades.

Qual é a fé "Reformada"? Por "fé", referimo-nos ao corpo da verdade que emerge da própria Escritura. Falamos da fé "reformada", não como se fosse uma espécie de substituto para a fé escritural. Há afinal, somente um objectivo conjunto de verdades que é apresentado na Escritura.
Por "reformada", gostaríamos de distinguir-nos de outros, que duma ou outra forma se desviam da "fé" estabelecida na Palavra de Deus. Empunhamos as verdades da Escritura como que têm sido sistematicamente resumidas nas Normas de Westminster e as Três Formas de Unidade, ou seja, o Catecismo de Heidelberg, a Confissão Belga, e os Cânones de Dort. (Para aqueles que não estão familiarizados com os últimos três credos, podemos fornecer uma cópia gratuita mediante o seu pedido.)
O que é, então, a fé Reformada (que é a Escritural ou Bíblica!)?

A soberania de Deus

Em primeiro lugar, a fé reformada enfatiza a soberania de Deus. Será que isto distingue-a dos outros que também ensinam a soberania de Deus? Sim, distingue. Estamos convencidos de que a fé reformada mantém a verdade da soberania de Deus de forma consistente. Todos os cristãos certamente concordariam que Deus é soberano. Ele governa sobre tudo. Mas repetidamente encontramos doutrinas e práticas que contradizem a verdade da soberania de Deus. A fim de satisfazer raciocínio humano, há aqueles que insistem na "vontade livre" de todos os homens de aceitar ou rejeitar a Cristo, como querem. Há aqueles que apresentam um Cristo que bate à porta do coração do pecador, suplicando por admissão (mal interpretando Ap 3:20). Há aqueles que ensinam que o número final da eleição de Deus não é determinado por Deus desde a eternidade, mas pelas actividades do homem. Há aqueles que ensinam que Deus ama todas as pessoas, ainda que no final Ele lance algumas em inferno. Outros ensinam que seria por causa do amor de Deus por todos, que Ele não pode lançar nenhuma delas no inferno.
A fé Reformada consistentemente mantém a soberania de Deus. Ele criou, em seis dias literais (Gen. 1), e continua a manter todo o seu universo. Ele também dirige e controla todos as criaturas morais e racionais. Ele desde a eternidade determinou a salvar alguns (os eleitos) através do sangue do Cordeiro (Eph. 1:4) e determinou que outros seriam lançados no inferno, por causa de seus pecados (Rom. 9:22). Jamais Deus devolve qualquer aspecto de seu Governo nenhum sentido. Todas as doutrinas da igreja de Cristo devem estar em conformidade com isso. A Igreja não pode "ajustar" a soberania de Deus para se acomodar à ideia do que o homem acha que é justo e certo. Pelo contrário, confissão do homem deve ser conformada com a grande verdade da soberania de Deus. (Em relação a isto, recomendamos a edição da Baker do empolgante livro de Arthur W. Pink, A Soberania de Deus. Este pode ser encomendado em "Books" neste site).

As Infalíveis Escrituras

O conhecimento do Deus soberano não deriva do homem através de pesquisa, mas pela revelação do próprio Deus. A fé reformada mantém a inerrância da Sagrada Escritura, a sua infalibilidade e inspiração. É a Palavra "soprada por Deus" (II Tm 3:16) falada por Cristo (João 1), para que possamos conhecer e compreender o que Deus ia revelar de si mesmo. Sem essa palavra que não poderíamos ter conhecimento determinado. Com ela, temos testemunho confiante e certo relativo a Deus e relativamente ao Seu Filho Jesus Cristo, e à obra de Cristo em resgatar e gerar a Sua igreja.

O Pacto da Graça

A fé reformada mantém a grande verdade do "pacto de graça." Afirmamos sucintamente as nossas próprias convicções relativas ao ensino da Escritura a este respeito.
O pacto de graça deve ser entendido à luz da Santíssima Trindade. Os três num só Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) eternamente coexistentes e unidos em si perfeitamente. É uma comunhão que pede a descrição humana e ultrapassa a compreensão do homem. No entanto a verdade da comunhão pactual com Ele mesmo é a base do pacto de graça. O Deus Triúno eternamente determinado a revelar fora de si mesmo a glória da comunhão, como existe em si mesmo. Ele determinou mostrar da forma mais elevada uma comunhão com um povo eleito escolhido eternamente em Cristo.
Uma boa compreensão desta obra de Deus enlaça juntamente as diversas verdades maravilhosas da Escritura. A palavra de Deus mostra que este pacto é "unilateral", ou seja, não estabelecido entre duas partes, mas sim pelo próprio Deus directamente (Gn 15:17-18). É um pacto inquebrável, em que, quando Deus estabelece-lo com o Seu povo, continua por toda a eternidade (Gn 17:7). Essa aliança não é uma espécie de acordo em que Deus toma o Seu povo para o céu, mas é o fim ou objectivo que Deus tem em mente (Gn 17:7). É a promessa que Deus tem o prazer de estabelecer na linha de gerações (Gn 17:7). Foi verdadeiramente dito, "Ele reúne a Sua semente da nossa semente." Nem todos os nascidos de pais crentes fazem parte do pacto (Rm 9:13). Mas as sementes espirituais são salvas (Rm 9:7). Deus traz outras pessoas do paganismo, mas depois incorpora também a sua semente espiritual no corpo de Cristo (At 16:27-33).

Os Cinco Pontos do Calvinismo

A fé reformada é frequntemente associada com o que é chamado os "cinco pontos do calvinismo". Esses "cinco pontos", de maneira nenhuma esgotam a fé Reformada. No entanto, estes marcam uma distinta diferença entre ela e o Arminianismo que tem infectado a maior parte das igrejas fundamentalistas.

Os cinco pontos são lembradas por muitos através da utilização do acróstico: TULIP.

O "T" é de total depravação. Este é o ensinamento bíblico em que o homem é nascido morto em pecados, incapaz e sem vontade para qualquer bem (Rm 3:10). Todos são culpados do primeiro pecado de Adão (Rm 5:12). Todos só transgridem a lei de Deus por natureza (Rm 3:23). A partir disto seguem diversas conclusões. Uma pessoa não pode "oferecer" a um pecador morto a salvação em Cristo. Também não pode ser esse "convidado" a aceitar Cristo ou aceitá-lo em seu coração. Seu estado é tal que é impossível actividade espiritual da sua parte.
O "U" representa eleição incondicional. Desde antes da fundação do mundo, Deus tem escolhido para si mesmo um povo em Cristo (Ef 1:4). Juntamente com este fato, Deus também tem determinado a lançar outros no inferno, por causa de seus pecados (Rm 9:21-22). Que esta eleição eterna é "incondicional" significa que Deus escolheu, não porque Ele previa que um iria acreditar, mas um acredita porque Deus o escolheu (Jo 10:26; Rm 8:29-30).
O "L" representa expiação limitada. A expiação é o pagamento feito por Cristo pelos pecados do seu povo (Mt 1:21). Que é "limitada" não está a ensinar que a expiação de Cristo falta em algo. Pelo contrário isto apresenta o facto escriturístico que a expiação é limitada aos eleitos ou escolhidos de Deus (João 6:44).
O "NegritoI" fala de graça irresistível. Isso enfatiza que, quando Deus vos chama a si o seu povo, e eles virão (João 6:37). Vêm não involuntariamente, mas de bom grado. No entanto, a sua graça é de tal potência que a vontade dos seus eleitos é feita subserviente à Sua vontade.
O "P" é preservação dos santos. Isto significa que um escolhido, chamado e atraído a Jesus Cristo, também irá permanecer na fé e vai certamente ser levado à glória. Estes santos podem pecar gravemente e se cair por um tempo em certos pecados. Mas Deus tra-los de volta a si próprio. Aqueles por quem Cristo morreu serão certamente salvos (Fl 1:6; Rm 8:29-30).

As Doutrinas da Graça

A fé Reformada consistentemente afirma as "doutrinas da graça." Mais uma vez, estas são doutrinas das Escrituras. A terminologia serve para enfatizar o fato de que a salvação é uma gloriosa e total obra do nosso Deus, e não obra do homem ou do homem cooperar com Deus. Nós somos justificados pela graça através da fé (Rm 3:24). Aqueles justificados tiveram seus pecados pagos integralmente através do precioso sangue de Jesus (Rm 5:1). E aqueles por quem Cristo morreu, foram escolhidos por Deus desde a eternidade. Toda a salvação é totalmente o trabalho do soberano Deus. Não há então nenhum espaço para vanglória (Eph. 2:9).

Baptismo infantil


A fé Reformada segue a prática do baptismo de crentes. Isto tem sido a prática consistente dos crentes Reformados desde John Calvin. Este baptismo é baseado na verdade da Aliança de Deus, estabelecida na linha das gerações de fiéis. Nem todos os baptizados são salvos (Esaú que recebeu o sinal da circuncisão não foi salvo [Rm 9:13]). Mas porque Deus estabelece o Seu pacto na linha de gerações (Gn 17:7; At 2:39), estes também recebem o sinal desse pacto e da justiça que é pela fé. Isto também é coerente com as práticas dos apóstolos que baptizaram crentes e suas famílias (At 16:15; I Coríntios 1:16; At 11:14; At 16:31).
Os Credos
A fé Reformada mantém os credos como expressões do que ela confessa que a Escritura ensina. Credos não são para considerar como infalíveis. Eles, ainda assim, identificam e distinguem o que é Reformado do que não é. Os Reformados têm escrito, muitas vezes depois de grandes lutas e terríveis perseguições, as verdades que eles acreditam Escritura ensina seguramente. Os credos salientam a forma como os Reformados diferem das outras pessoas que também reclamam manter a Escritura. Por meio dos credos, os filhos dos crentes são ensinados nas doutrinas das Escrituras. Por meio dos credos as igrejas mostram a todo o mundo o que acreditam e ensinam.

Culto

A fé reformada mantém a necessidade de cultos regulares cada Sabbath. Não pertence à mente o minimizar ou negligenciar o culto de Jeová, em cultos regulares. Antes a alegria dos reformados é a de cumprir o mandato do quarto mandamento e os ensinamentos das Escrituras reunindo a cada Sabbath para adorar o nome de Deus. Eles juntam-se, não para serem divertidos, mas para glorificar o Nome que está acima de todo e qualquer outro nome.
A fé reformada mantém também o ensinamento bíblico de que a pregação da Palavra deve vir da igreja através de homens chamados por Deus para servir nesta posição importante (Rm 10:15). A pregação é para ser o elemento central do culto. Chama-se nas Escrituras a "loucura da pregação" (I Coríntios. 1:21), mas, ao mesmo tempo, é o modo ordenado por Deus de salvar os pecadores e fortalecer os santos (Rm 10:14).

A Vida Santa

A fé Reformada não conduz os homens a serem descuidados ou profanos. Esta fé não considera que pode-se "pecar para que graça possa abundar" (Rm 6:1). Porque se uma pessoa é escolhida eternamente de Deus, e porque Cristo morreu por ela, htem de haver a evidência de frutos piedosos. Verdadeiro agradecimento deve ser visto, caso contrário, não existem provas da eterna eleição. Deus escolheu o Seu povo para as boas obras (Ef 2:10) e de maneira que devamos ser santos e sem culpa diante dele (Ef 1:4). Não deve haver nenhuma aliança entre a luz e as trevas, entre o cristão e o mundo (II Coríntios. 6:14). A "antítese" deve ser evidente - a distinção entre o bem e o mal é para ser visto na vida do cristão.

Missões

A fé reformada crê firmemente na convocação da igreja para sair por todo o mundo para pregar o evangelho. Ele não tem nada a ver com um "hiper-calvinismo", que levaria a negligenciar esta grande tarefa da Igreja. O próprio Jesus mandatou os discípulos e, em seguida, a igreja, para ir em todo o mundo para pregar o evangelho (Mt 28:19). Embora seja certamente verdade que Deus irá salvar o Seu povo a quem Ele tem escolhido desde a eternidade, é igualmente verdade que Ele determinou que isto é para ser feito por meio da fiel pregação do evangelho, tanto no seio da igreja e no campo missionário. Só Deus sabe quem são dele. A igreja vai sob o mandato de Cristo, a fim de que os tais escolhidos de Deus também possam ser trazidos para a cruz de Jesus Cristo.

Regresso de Cristo

A fé Reformada aguarda com confiança para o breve retorno de nosso Senhor Jesus Cristo sobre as nuvens do céu. Em Mateus 24 Jesus fala dos sinais que antecedem a Sua volta. Vemos esses sinais sendo cumpridos hoje. Nós não sabemos o dia ou a hora do seu regresso, mas sabemos que deve estar à mão. Isto deveria impressionar a igreja com a urgência de realizar as suas tarefas fielmente até o fim. Deve pregar a Palavra, deve evangelizar, deve ensinar as crianças, para que elas possam estar preparadas para os maus dias que vêm sobre a igreja. E a fervorosa oração da Igreja é pela vinda de Cristo: "Mesmo assim, vem Senhor Jesus, depressa!" (Ap 22:20).
O acima exposto não é concebido de forma alguma para ser um tratado exaustivo da fé "reformada". Convém, no entanto, dar uma descrição "miniatura" daquela fé que tem sido tida por tão preciosa através dos séculos. Na base das verdades gloriosas pelas quais muitos deram as suas vidas, também teríamos desejo de buscar comunhão com aqueles que amam estas mesmas verdades, de modo a incentivar e fortalecer um ao outro na mais santíssima fé.

Via: http://www.soberanagraca.blogspot.com/

domingo, 2 de agosto de 2009

Confusão Carismática!

Porque Deus não é Deus de confusão… (1Co. 14.33)

Um dos movimentos mais confusos que veio à tona na cena religiosa deste último século foi, sem a menor sombra de dúvida, o chamado Movimento Carismático. Esse movimento perverteu muitos crentes despreparados e neófito, bem como muitos incrédulos, desencaminhando-os para doutrinas falsas, heresias e meninice. Leitores, considere comigo 10 razões pelas quais você deve rejeitar o Movimento Carismático:

1. A Bíblia não é a Autoridade Final no Movimento Carismático!

Os carismáticos ignoram sistematicamente a Autoridade e Doutrinas Bíblicas, demonstrando claramente esse desprezo usando fora do contexto, o verso que diz (se referindo à lei) que a “…letra mata…” (2 Co. 3:6). A Bíblia, todavia, diz em outro trecho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar…” (2 Tm 3.16). Outra prova disso é a pesada influência do movimento carismático ao apoio das versões modernas da Bíblia. O líder da renovação carismática, que dividiu os Baptistas na década de 60, Enéas Tognini, apesar de alegar vários dons do Espírito Santo, parece que não consegue saber o mais básico assunto da vida cristã que é justamente onde está a Palavra de Deus, já que ele usa e defende a maior e a mais clara FALSIFICAÇÃO da Bíblia em português que é a Bíblia na Linguagem de Hoje!

2. O Movimento Carismático enfatiza O Espírito Santo, enquanto a Bíblia diz que o Espírito Santo glorifica a Jesus Cristo!

A Bíblia diz: “ Ele me glorificará…” (Jo. 16.14)

3. O Movimento Carismático acomoda o mundo com sua música Rock, danças, vestes imodestas, celebridades e shows.

A Bíblia diz: “… qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg. 4.4)

4. O Movimento Carismático promove o ecumenismo!

Nenhum outro movimento evangélico foi tão bem sucedido em promover o ecumenismo como o movimento carismático. Bíblia diz: “…saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor…” (2 Co. 6.17). E ainda mais: “…Sai dela, povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados…” (Ap. 18.4 ).

5. O Movimento Carismático é orientado para a EXPERIÊNCIA!

O abuso escandaloso em círculos carismático chegou ao ponto ridículo de se imitar vozes de animais (galinhas, cobras etc...) semelhante aos cultos demoníacos, nos quais as pessoas são possessas e se contorcem no chão em poses indecentes! Isso ocorre em muitas igrejas carismáticas sem a menor refutação por parte dos membros nem líderes que são os maiores culpados dessa blasfémia e querem que os outros acreditem que esse show deprimente e tenebroso vem de Deus. A Bíblia diz a respeito de muitos que eram cheios de experiências espirituais e dons: “…Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt. 7.21). Que tragédia!

Vejamos como essas experiências foram sempre a ênfase na história do movimento:

O pentecostalismo teve 3 ondas (até agora), cada uma delas se distanciando mais da verdade:

  1. A 1ª onda, Pentecostalismo denominacional, iniciada na década de 1900 entre metodistas (arminianos e não bem doutrinados), caracterizou-se pela criação de novas denominações (tais como Assembleia de Deus; Igreja Pentecostal; Evangelho Quadrangular, etc.).
  2. A 2ª onda, Renovação Carismática, inter ou adenominacional e ecumênica, iniciada na década de 1950/1960 entre católicos que alegaram “experiências”, caracterizou-se por infiltração/ tomada/ divisão de igrejas de denominações mais tradicionais (católica, presbiteriana, congregacional, etc.), que não trocavam de nome principal, mas passavam a ser conhecidas, ao menos extra-oficialmente, como “Igreja Fulano de Tal Renovada". Elas identificam-se e ecumenicamente comungam uma com todas as outras, unidas sobre a base comum das “experiências da renovação carismática”.
  3. A 3a onda, Neo-pentecostalismo, foi iniciada na década de 1960/1970 entre os pentecostais, e caracteriza-se pela teologia da prosperidade e/ou adoração da "fé positiva" e/ou por grosseiras aberrações.

  • Dentes de ouro;
  • Vómito santo;
  • Sopro do Espírito; (mulheres e homens misturados, uns por cima dos outros, e em poses indecentes, promíscuas e obscenas, e se estrebuchando igual aos endemoninhados...);
  • Capa de Elias (balançar o paletó do púlpito, fazendo vento, para os macacos de auditório ficarem caindo nos bancos...)
  • Gargalhada de Toronto;
  • Latidos santos;
  • Correria santa em volta do púlpito;
  • Água magnetizada;
  • Óleo de Israel;
  • Grupos G12;

Tudo isso são coisas vistas nas suas mega-igrejas e mega-tele-cultos (Hinn, Hagin, Macedo, Soares, Rodovalho, Milhomens, Castellano, etc.): “Faça/ dê/ use isto físico (que só nossa igreja pode lhe vender/ dar), depois exerça sua fé forte (eis aí o motor de tudo, adoremos a fé), ordene com palavra omnipotente a Deus aos demónios e ao universo, e você vai instantânea e totalmente ter tudo que quiser, na área financeira, profissional, de saúde, de casamento, etc”. Observe os escândalos dos 3 "Jimmys" (Os 2 primeiros da Assembleia de Deus): Swaggart, Bakker, Jones.

6. O Movimento Carismático busca sinais como atalho para espiritualidade!

A Bíblia diz: “…tudo o que não é de fé, é pecado.” (Rm. 14.23).

7. O Movimento Carismático declara que as (suas) línguas são linguagens celestiais.

A Bíblia diz claramente que aquele fenómeno era simplesmente um dom espiritual que consistia na capacidade dada aos discípulos de falar linguagem humana existente: “Como, pois, os ouvimos cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Act. 2.8). Note também que, no Novo Testamento, após Actos capítulo 2, aqueles discípulos, incluindo os apóstolos, não falaram mais em línguas desconhecidas! Leia todo o Novo Testamento e procure-os falando em línguas desconhecidas. Você não achará!

Vejam e pasmem o que disse certa missionária em tom de sarcasmo, desabafo e rebeldia, após longamente confrontada com aconselhamento ao se desviar para a prática de falar em línguas:

"Não me interessa o que a Bíblia diz, eu tive a experiência!"

Sem comentários...

8. O Movimento Carismático clama que a cura física está na promessa da Expiação.

Esse ensino é fácil de ser refutado. Se isso fosse verdade, nenhum crente morreria! Depois de dois mil anos de história, é óbvio que milhões de crentes salvos em Jesus Cristo, incluindo piedosos missionários e outros incontáveis crentes cheios do Espírito Santo, morreram vítimas de terríveis e inúmeros tipos de doenças! A Bíblia diz claramente que o maior agente de cura no novo Testamento (excepto Jesus Cristo), o apóstolo Paulo, não podia curar o seu próprio amigo! Isso prova que os dons miraculosos foram cessando mesmo na era apostólica: “Erasto ficou comigo em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.” (2Tm. 4.20).

9. O Movimento Carismático negligencia o ensino claro da ordem na igreja.

A Bíblia diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas…” (1Co. 14.34). Para os homens: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.” (1Co. 14.27). “As línguas são um sinal…” (1Co. 14.22). Esse sinal temporário era para os judeus e já cessou: “…havendo línguas, cessarão…” (1Co 13.8). “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” (1Co. 13.10) O "perfeito" aqui é, sem a menor sombra de dúvida, o cânon encerrado (Ap. 22.21) das Escrituras.

10. O Movimento Carismático clama o endosso de Deus para suas práticas.

A Bíblia, entretanto, proclama que Satanás também é carismático! Esses carismáticos “cheios do poder”, cheios de arrogância espiritual, não são prova de NADA, pois a Bíblia diz:

A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, como todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.” (2Ts. 2.9)

E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra , à vista dos homens.” (Ap 13.13).

Conclusão

É impossível um eleito (crente) morrer sendo carismático. Eu creio que lá há muitos cristãos, mas ainda vão se arrepender e sair de lá. Na verdade, uma boa parte dos carismáticos são pessoas que querem até servir ao Senhor, porém estão apoiando muitos enganos doutrinários e isso é conivência com heresia. Existe muitos que estão enganando a si próprios nesse movimento, que prega, inclusive, a perda da salvação, que é a maior heresia e ensino falso de todo o Movimento Carismático - Pentecostal - Renovado. Isso é a mesma coisa que salvação pelas obras! Se alguma pessoa nesse movimento, crê na salvação pelas obras, não é possível que seja salva. Lembremo-nos também que, multidões lotando templos (argumento preferido dos carismáticos para tentar autenticar suas crenças) ou denominações super-poderosas, não significam absolutamente NADA nos dias de apostasia em que vivemos.

Saia da confusão, “Porque não ignoramos os seus ardis.” (2Co. 2.11)

Sola Scriptura

Bibliografia:
  • Livro "THE LIFE OF CHARLES F. PARHAM: Founder of Apostolic Faith Movement." Autora: Sarah E. Parham. Editora Garland Publishing Inc; New York and London, 1985. Foi publicado originalmente em 1930. *Livro "The Faith Healers", de James Randi. Editora: Prometheus Books.
  • Livro "A Vingança de Deus". Autor:Gilles Kepel. Editora Siciliano.Traduzido por J. E. Smith Caldas. NA INTERNET, CONSULTEI ALGUNS SITES,PARA EXTRAIR PARTE DAS INFORMAÇÕES ACIMA:
  • Azuza Street; Rick Joiner. Ver o site www.christianworld.org/ revival/fire.html *Robert Longman Jr.; www.spirithome.com/histpen1.html *"The origins of pentecostalism" autor:Vinson Sinar, PhD. O artigo estava no site: holyspirit/pentorg1.html ; o autor é bom no tema.
  • Site www.christianityonline.com/christianhistory/58H/ 58H010.html ; site religioso. Tirando alguns exageros, é bom.
  • Site - http://www.baptistlink.com/creationists/confuca.htm
  • Site *Site ; uma lista bastante grande de patifarias religiosas de pentecostais.

domingo, 30 de agosto de 2009

10 objeções contra 10 razões iniciais do testemunho do convertimento de Dave Armstrong ao catolicismo romano. (Continua na próxima postagem)


Baseado no artigo “150 RAZÕES PORQUE ME TORNEI UM CATÓLICO, Testemunho de Conversão de Dave Armstrong”.

O artigo inicia assim:

Depois de se enveredar na busca pela verdade, Dave Armstrong é recebido na Igreja Católica, em 1992 junto com sua esposa Judy. Eis alguns motivos porque deixou o protestantismo.


1. A Igreja católica oferece a única visão coerente da história do Cristianismo (Tradição Cristã, Apostólica) e possui a moralidade cristã mais profunda e sublime: espiritual, social moral, e filosófica.

Objeção 1. A Igreja católica romana não é a única visão coerente da história do Cristianismo, e nunca foi. A Igreja em Atos não era episcopal monárquica como é a igreja romanista, inicialmente era de modelo congregacional e presbiteral. A organização católica romana é ministrada pelo bispo de Roma, o papa, e isto não é modelo bíblico. Moralidade profunda não supõe Simonia, indulgências, Inquisição e pedofilia.


2. Eu me tornei um católico porque acredito sinceramente, em virtude de muita prova cumulativa, que o Catolicismo é a verdade, e que a Igreja católica é a Igreja visível divina estabelecida por Jesus contra o qual as portas do inferno não podem e não prevalecerão (Mt 16,18).

Objeção 2. O romanismo não é a verdade revelada nas Escrituras: a missa é uma distorção e abominação do sacrifício de Cristo, o purgatório foi criado cerda de 600 anos depois do Novo Testamento, a veneração de anjos e santos mortos, a venda de indulgência em troca de salvação ou diminuição de penas, etc. Cristo nunca ensinou tais coisas, onde estão as provas cumulativas?


3. Eu deixei o Protestantismo porque era seriamente deficiente na interpretação da Bíblia "somente a fé". É inconsistente na adoção de várias Tradições católicas (por exemplo, o Cânon da Bíblia, falta uma visão sensata da história Cristã. Chegou a um acordo moralmente anárquico e relativístico. Essas são algumas das deficiências principais que eu vi eventualmente como fatal para a "teoria" do Protestantismo).

Objeção 3. Armstrong deve ter sido no máximo um arminiano superficial, pois a doutrina da justificação pela fé está comprovada nos escritos do apóstolo Paulo com grande clareza.


4. O Catolicismo não é dividido formalmente, nem é sectário (Jo 17, 20-23) (Rm 16, 17) (1 Cor 1, 10-13).

Objeção 4. O romanismo se apresenta como uma igreja monolítica mas seu edifício tem muitas fissuras provocadas por inúmeras alas católicas romana: há liberais, carismáticos, conservadores, etc.


5. A Unidade católica faz o Cristianismo e Jesus mais acreditáveis para o mundo (Jo 17, 23).

Objeção 5. Esta unidade é aparente, se há uma unidade a ser testificada é o poder centralizador material e patrimonial da igreja católica, quanto a doutrina, nem tudo que o papa requer os fiéis seguem à risca. Há uma aparente unidade, o que dizer das alas ecumênicas? Ninguém faz Jesus mais acreditável, isto é uma falácia, só o Espírito Santo pode convencer.


6. Por causa do Catolicismo se unificou a visão Cristã completamente do sobrenatural.

Objeção 6. Sem comentários, não tem fundamentação.


7. O Catolicismo evita um individualismo que arruína a comunidade Cristã (1 Cor 12, 25- 26).

Objeção 7. O individualismo é algo inerente do hedonismo ocidental, embora prejudicial para a Igreja, não é exclusividade protestante. Tal problema é inerente para protestantes e católicos romanos. O papa Bento 16 criticou recentemente o individualismo dos fiéis.


8. O Catolicismo evita o relativismo teológico, por meio da certeza dogmática, que é centralizada no papado.

Objeção 8. O protestantismo histórico fez largo uso de confissões de fé, evitando assim o relativismo teológico, porém não centralizada em um papa, mas nas Escrituras.


9. O Catolicismo evita anarquismo doutrinário, impedindo assim a divisão do verdadeiro Cristianismo.

Objeção 9. Igrejas protestantes sérias evitam o anarquismo doutrinário para evitar a divisão do verdadeiro cristianismo e a Igreja Romana não é tão monolítica quanto proclama ser, há desde alas conservadoras à carismáticas, como já fora citado.


10. O Catolicismo formalmente previne o relativismo teológico que conduz às incertezas dentro do sistema protestante.

Objeção 10. O relativismo é penetrante na cultura ocidental de hoje, o romanismo não está livre – principalmente em seus seminários liberais --, o protestantismo histórico combateu e deve combater o relativismo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI E A GRAÇA

Hoje em dia é comum ouvirmos de “cristãos” que não estamos debaixo da lei, mas da graça, a fim de justificarem os seus desvios ao santo padrão objetivo de obediência moisésestabelecido por Deus nas Sagradas Escrituras. Tal afirmação é fundamentalmente derivada de uma errônea interpretação das palavras de Paulo, escritas aos crentes de Roma: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6:14 RA).

Tais “cristãos”, infelizmente a imensa maioria assim denominada hodiernamente, estabelecem uma dicotomia intransponível entre lei e graça, entre lei e evangelho. Para eles, o evangelho é substancialmente distinto da lei, e totalmente incompatível com ela.

Apenas para ilustrar esse fato, alguns dias atrás eu estava assistindo um programa em uma rede de televisão “evangélica”, a RIT TV (Rede Internacional de Televisão), emissora controlada pela Igreja Internacional da Graça de Deus, cujo líder é o “missionário” R. R. Soares, em que dois dos apresentadores foram entrevistar uma “bispa” da igreja Renascer em Cristo, cujo nome não lembro no momento, ocasião na qual um deles indagou à bispa se ela conhecia bem as Escrituras, recebendo resposta afirmativa.

Então, o apresentador perguntou à “bispa” quais eram os dez mandamentos. Incontinenti, ela respondeu que nos dias de hoje, da graça, nós temos apenas dois mandamentos, certamente fazendo alusão às Palavras de Jesus em Mateus: “... Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39 RA).

O apresentador insistiu, e a bispa desconversou, mudou de assunto, desviou o foco da conversa, etc. Então, com muitas risadas, o apresentador insistia: “não enrola, bispa”, quais são os dez mandamentos? A “bispa” continuou desconversando, e terminou o quadro sem citar textualmente os dez mandamentos encontrados nos Livros de Êxodo e Deuteronômio, dando clara indicação de não conhecê-los, apesar de sua própria afirmação no início da entrevista de que conhecia bem as Escrituras.

O exemplo dessa “bispa” pode ser multiplicado aos milhares, e, infelizmente, aos milhões. A raiz de toda essa ignorância, sem dúvida, fundamenta-se no ensino equivocado da cessação da vigência da lei de Deus na dispensação do evangelho, como se os crentes do Antigo Testamente tivessem sido redimidos não pela graça, mas pelas obras da lei.

Antes de apresentar o que julgo ser uma correta e bíblica interpretação do significado pretendido pelo apóstolo tenho que dizer que, mesmo algumas pessoas pessoas pelas quais nutro grande admiração, na tentativa de combater os erros advindos de uma interpretação equivocada do versículo em questão, terminaram por também cometer erros na exegese da passagem. É o caso de Kenneth L. Gentry Jr., que escreveu:

Romanos 6:14 é a passagem “anti-teonômica” mais famosa. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” Essa é uma passagem Classe 4. observe duas coisas:

1. Paulo não está se referindo à Lei Mosaica, mas à lei-princípio para a salvação, isto é, ao legalismo. A Lei de Deus não é uma inimiga da graça de Deus, pois a Lei de Deus endossa a graça de Deus.

2. A frase “debaixo da lei” significa ser um escravo do legalismo. De acordo com o contexto, devemos ser “escravos da justiça”, pois estamos “debaixo da graça”.i

Há nas palavras de Kenneth Gentry uma verdade que deve ser destacada: “A Lei de Deus não é uma inimiga da graça de Deus, pois a Lei de Deus endossa a graça de Deus”. Contudo, estou convicto que ele chegou à uma conclusão totalmente enganada sobre o significado da expressão “debaixo da lei” como sendo sinônima de “escravo do legalismo”. Também nego que o vocábulo lei na passagem em comento se refira “... à lei-princípio para a salvação”.

Essa minha convicção advém de inteligência do próprio versículo, no qual Paulo afirma que o pecado não teria domínio sobre seus leitores justamente por eles não estarem “debaixo da lei”. É próprio do pensamento paulino, em especial na epístola aos Romanos, de que é a lei quem revela o pecado: “porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão” (Romanos 4:15 RA). O mesmo apóstolo, na mesma carta, afirma: “... eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás” (Romanos 7:7 RA).

Ademais, Paulo tinha por certo que “... a força do pecado é a lei” (1 Coríntios 15:56 RA), tanto que afiançou que “... o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou” (Romanos 7:11 RA).

O que tudo isso significa, então? O que significa estar debaixo da lei? Certamente, não significa não estar obrigado ao cumprimento, à observação, da lei. Não significa que a lei de Deus não é tão válida para os crentes da Nova Aliança quanto o era para os da Antiga.

A resposta ao significado da expressão “ não estais debaixo da lei” se encontra no fato de que “... a lei suscita a ira...”, porque “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gálatas 3:10 RA).

A lei suscita a ira porque exige perfeita obediência aos seus preceitos, e como nenhum homem descendente de Adão pode cumpri-la com a perfeição por ela requerida, segue-se que “... todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23 RA). Como “... o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23 RA), então todos os que pecaram são dignos de morte eterna.

Mas há um vínculo inquebrável entre a morte eterna e a morte espiritual, sendo aquela o ponto culminante, o afastamento definitivo e irremediável do pecador de Deus. Mas, para que um homem chegue à morte eterna ele deve permanecer entregue ao seu próprio curso, que naturalmente o levará ao banimento da face do SENHOR.

Mas como a Escritura, em especial as Escrituras paulinas, enxergam esse caminhar do homem segundo a sua própria natureza? Que ela mesma responda:

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza” (Romanos 1:20-26 RA).

As palavras bíblicas acima nos ensinam um grande princípio: o desprezo pelo conhecimento de Deus, o qual é revelado na própria Criação, traz consigo o juízo divino, de forma que os desprezadores são entregues à um estado ainda mais degenerado em seu viver, viver esse que só pode ter como padrão objetivo de avaliação a lei de Deus. Ou será que Paulo tem algum outro padrão quando fala que Deus entregou os homens à imundícia, pela concupiscências de seu próprio coração, e que “os entregou Deus a paixões infames”? Por acaso o apóstolo que escreveu que é a lei quem revela a concupiscência não teria em mente que a imundícia e as paixões infames dos homens só são assim consideradas em relação à lei de Deus?

Se homens que desprezaram a revelação natural, a revelação geral de Deus, receberam tal juízo, o que dizer daqueles que desprezam a sua revelação especial, a sua Lei? Não seriam dignos, tais, de juízo semelhante, ou mesmo mais rigoroso? Ou a Lei não traz conhecimento de Deus? Deus é bom, a sua lei é boa; Deus é justo, a sua lei é justa; Deus é santo, a sua lei santa; Deus é espírito, a sua lei espiritual. Isso não é mais do que suficiente para atestar que a lei traz conhecimento dos atributos de Deus?

Ora, mas o juízo pela quebra da lei é justamente ser entregue às próprias paixões, e ser entregue às próprias paixões é revelação da ira de Deus. Paulo começa a seção que discute essas coisas afirmando: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Romanos 1:18 RA). E como ele demonstra que essa ira se revela? Pelo fato de os desprezadores do conhecimento de Deus serem entregues à sua própria corrupção, “... a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Romanos 1:28 RA).

Na carta aos Efésios, Paulo deixa esse seu pensamento bem explícito. Senão vejamos:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:1-3 RA).

Nessa passagem, Paulo assevera que quando os efésios estavam mortos espiritualmente, em seus pecados e delitos, eles andavam segundo o curso do mundo, segundo Satanás, segundo as inclinações da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. Paulo descreve os que assim andam através de dois hebraísmos, os quais são sinônimos: “filhos da desobediência” e “filhos da ira”.

Essas expressões indicam que por causa do pecado de Adão, por justo juízo divino, a humanidade foi entregue à prisão da sua própria corrupção. Por isso, a descendência de Adão pode muito bem ser chamada de “filhos da desobediência”, de “filhos da ira”.

Ocorre, que Paulo faz uma ressalva em relação aos seus leitores originais: “... e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”. O que isso significa? Que eles, apesar do estado presente (na época em que lhes foi escrita a carta) de vida espiritual, antes, apresentavam as mesmas características quanto à natureza decaída das pessoas não-crentes. Devemos levar em conta que essa passagem se encontra em um contexto maior em que Paulo trata da eleição divina. Logo, os efésios, apesar de eleitos, quando ainda não-regenerados apresentavam a mesma natureza corrupta, característica dos “filhos da ira”, dos não-eleitos.

Mas não devemos concluir disso que eles eram odiados pelo SENHOR, como Esaú, pois logo em seguida Paulo teve o cuidado de escrever:

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por ca fusa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2:4-7 RA).

Há uma clara distinção entre dois grupos: os eleitos e “os demais”, os não-eleitos. O primeiro grupo fora vivificado em Cristo Jesus, recebeu vida espiritual Nele, tendo como causa o grande amor de Deus, a fim de que a suprema riqueza da sua graça fosse revelada em seus eleitos através dos séculos (eternidade).

Portanto, um grupo, não obstante a sua obstinada violação da lei de Deus, foi salvo do ciclo vicioso de quebra/maldição da lei, foi liberto da sua própria corrupção, e é exatamente esse o significado de “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...”.

Essa libertação dos eleitos desse ciclo de desobediência e corrupção já fora prevista nos profetas: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ezequiel 36:26-27 RA).

Percebe-se das palavras do profeta Ezequiel que a obediência à lei de Deus é precedida da regeneração, da obra regeneradora do Espírito, uma obra da graça de Deus, da qual o homem é apenas sujeito passivo.

Consequentemente, a antítese traçada por Paulo, em última instância, é entre ira e graça. Os que foram destinados para a ira, por causa dos seus próprios pecados, embora Deus assim o tenha decretado, são mantidos na prisão das suas concupiscências, e assim acumulam cada vez mais ira para o dia do juízo. Os eleitos, todavia, por causa de Cristo, são salvos da maldição da lei, pois a “... graça...” lhes “... foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2 Timóteo 1:9 RA).

O resultado prático da eleição é uma vida de santidade, contrária àquela anterior à regeneração:

“... quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Efésios 4:22-24 RA).

Mas, qual a razão que torna possível o regenerado viver uma vida conforme a requerida pelo apóstolo? Ele responde, no mesmo contexto: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;” (Efésios 5:1 RA). É o fato de que os regenerados estão sob o amor, sob a graça de Deus, que os torna aptos a serem imitadores de Deus. Os “filhos da ira” só podem andar segundo a inclinação da carne, mas “os filhos amados” podem e devem andar segundo o Espírito.

A questão toda, portanto, reside na antítese ira e graça. Estar debaixo da lei é estar debaixo da ira, é estar obrigado a cumprir as exigências da lei sem a operação sobrenatural do Espírito. O corolário lógico dessa situação é a maldição.

Sendo assim, julgo que Kenneth Gentry chegou a um resultado interpretativo equivocado, ao concluir que o termo “lei” na passagem em comento é sinônimo “lei-princípio para salvação”, e estar debaixo da lei é estar debaixo do legalismo.

Tanto uma análise exegética quanto teológica demonstra que “lei” no contexto é a lei de Deus, e estar debaixo da lei é estar debaixo da sua obrigação à parte de Cristo, à parte dos méritos justificadores de Jesus, e da obra interior do Espírito que interioriza a lei de Deus e que torna os filhos de Deus aptos para a obediência dos preceitos do SENHOR.

Essa obra interior, a regeneração, assim como a obediência da lei dela resultante está no cerne da promessa evangélica. Logo, não há nenhuma incompatibilidade entre a lei e o evangelho.

Como já salientei, o que há é uma antítese entre dois grupos, um objeto, desde a eternidade, da graça de Deus, e outro destinado à ira divina, objeto do seu desprazer eterno, porque tanto o amor como a ira de Deus são eternas, como exige a divindade de Yahweh.

Estar debaixo da lei é estar debaixo da sua vigência sem Cristo e sem Seu Espírito, restando apenas o juízo pela sua violação.

Estar debaixo da graça é estar debaixo da obrigação de obediência à lei do Senhor, todavia gozando da justificação em Cristo, sabendo que “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1 RA). A imperfeição da obediência, por causa do pecado que ainda habita neles, dos servos de Cristo não traz sobre eles a ira de Deus, haja vista que eles são objetos do amor divino, o qual terminará neles a obra que começou.

Não devemos e não necessitamos aceitar as reivindicações desse “cristianismo” apóstata, que advoga a cessação da vigência da lei de Deus, mas também não precisamos combater o erro com outro erro. A verdade nos basta.

Por Célio Lima.

iGENTRY, Kenneth L. A Lei de Deus no Mundo Moderno: a relevância contínua da lei do Antigo Testamento. Brasília: Publicações Monergismo, 2008, pp. 48-49.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Salmo 8 (Genebra)


SALMO 8 (Genebra)

1. Ó Senhor, nosso Deus tão adorável,
Teu santo Nome quão grande e admirável!
Tua glória_atravessa os véus,
Tua Majestade_está sobre os Céus.

2. Com tenra idade e do leite materno,
Pregam aos velhos teu poder eterno:
Sua frágil voz confunde a impiedade,
E do latente condena a maldade.

3. E longe do ruído, em Ti me deleito,
Dos teus dedos contemplo o Teu feito,
Os Céus, a Lua, e os Astros brilhantes,
Que tua sabedoria dispôs errantes;

4. Eu digo então, ó Rei supremo,
Que é o homem ou seus filhos mesmo,
Que tua bondade se digne visitar,
e dele a tua bênção se lembrar?

5. Tu o fizeste pouco menor que os anjos,
Que nos céus celebram teus louvores:
Também de brilho o rodeaste,
e de glória e de honra coroaste.

6. Tu o fazes rei sobre obras tais,
Que formaste com tuas mãos imortais;
Por Tuas ordens santas, sem excepção,
tudo puseste sob seus pés em sujeição.

7. Todos os rebanhos perto das fontes;
O grande gado que pasta_entre montes;
As feras no deserto e no bosque,
São dominadas ou temem sua voz.

8. Nos céus aves que voam e que cantam,
E peixes em cardumes que se espantam,
Em rios, lagos e profundos mares,
Tudo sob ele está neste cosmos.

9. Ó Senhor, nosso Deus tão adorável,
Teu santo Nome quão grande_e_admirável!
Tua glória_atravessa os véus,
Tua Majestade_está sobre os Céus.


(Saltério "Os Muitos Salmos de David", Soberanagraca.blogspot.com)

O que é a FÉ REFORMADA?

(Rev. Gise Van Baren)

Os profetas do Antigo Testamento, advertiram a Judá, relativamente aos grandes perigos que enfrentaram: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos" (Os. 4:6). Amos advertiu, "Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. " (Amos 8 : 11).

A nossa grande preocupação é que a situação nos nossos dias e nesta terra é realmente semelhante aos dias dos profetas de antigamente. A revista Times afirmou em 30 de Jan., 1993 à questão: "Qual é a situação real (na Inglaterra)? Acreditando, que os cristãos praticantes são um pequeno punhado de nossa nação. Noventa por cento ou mais dos nossos cidadãos não têm quase nenhum conhecimento do cristianismo." Isto é um triste comentário. Nesse "minúsculo punhado" existem grandes divergências de fé. Há certamente uma grande necessidade de que a fé Reformada seja proclamada.

Porque é que a situação como ela é actualmente? Vivemos nos "últimos dias" (At 2:17). Durante este período de tempo, a palavra de nosso Senhor está a ser cumprida que muitos se desviam (I Tm 4:1) e o amor de muitos "se esfria" (Mt 24:12). No próprio mundo, é o materialismo grosseiro que tem envenenado a sociedade. Temos a louca corrida por mais e mais entretenimento, muitas vezes dos tipos mais abomináveis. Os escarnecedores continuam a zombar, perguntando: "Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. "(II Pedro 3:4).

A situação nas igrejas é quase tão má. A apostasia abunda. Há um massivo abandono dos "caminhos antigos" (Jer. 6:16). Existem os "lobos em peles de cordeiro" (Mt 7:15). A profecia da Escritura está sendo realizada: "e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si." (At 20:30). Há novamente uma crescente pressão para a união de todas as igrejas e denominações. A doutrina é considerada irrelevante. "Novas" teologias surgem. As ovelhas, ao que parece, estão prestes a serem devoradas pelos lobos raivosos. A nossa garantia então só pode estar na Palavra de Cristo, "Nenhum homem pode arrebatar-vos para fora da minha mão" (João 10:28).

Nestes tempos angustiantes, a Palavra de Cristo vem então em alto e bom som, " Eis que estou à porta e bato..." (Ap 3:20). Tal como Ele outrora ficou na porta da igreja de Laodicea, chamando para fora os fiéis que permaneciam nessa igreja apóstata, assim Ele chama ainda hoje. O povo de Deus tem fome da Palavra. Muitos não estão sendo alimentados. Eles estão recebendo "pedras por pão." Cristo convida a sair e cear com ele em torno de Sua Palavra que permanece para sempre.

Portanto, nós da Comunidade da Aliança Reformada Protestante (Covenant Protestant Reformed Fellowship), pretendemos formar um elo entre todos aqueles que amam a fé Reformada e desejam ainda os "antigos caminhos." Nós temos desejamos estabelecer, sempre que tal seja possível, igrejas que corajosamente proclamem as velhas verdades.

Qual é a fé "Reformada"? Por "fé", referimo-nos ao corpo da verdade que emerge da própria Escritura. Falamos da fé "reformada", não como se fosse uma espécie de substituto para a fé escritural. Há afinal, somente um objectivo conjunto de verdades que é apresentado na Escritura.
Por "reformada", gostaríamos de distinguir-nos de outros, que duma ou outra forma se desviam da "fé" estabelecida na Palavra de Deus. Empunhamos as verdades da Escritura como que têm sido sistematicamente resumidas nas Normas de Westminster e as Três Formas de Unidade, ou seja, o Catecismo de Heidelberg, a Confissão Belga, e os Cânones de Dort. (Para aqueles que não estão familiarizados com os últimos três credos, podemos fornecer uma cópia gratuita mediante o seu pedido.)
O que é, então, a fé Reformada (que é a Escritural ou Bíblica!)?

A soberania de Deus

Em primeiro lugar, a fé reformada enfatiza a soberania de Deus. Será que isto distingue-a dos outros que também ensinam a soberania de Deus? Sim, distingue. Estamos convencidos de que a fé reformada mantém a verdade da soberania de Deus de forma consistente. Todos os cristãos certamente concordariam que Deus é soberano. Ele governa sobre tudo. Mas repetidamente encontramos doutrinas e práticas que contradizem a verdade da soberania de Deus. A fim de satisfazer raciocínio humano, há aqueles que insistem na "vontade livre" de todos os homens de aceitar ou rejeitar a Cristo, como querem. Há aqueles que apresentam um Cristo que bate à porta do coração do pecador, suplicando por admissão (mal interpretando Ap 3:20). Há aqueles que ensinam que o número final da eleição de Deus não é determinado por Deus desde a eternidade, mas pelas actividades do homem. Há aqueles que ensinam que Deus ama todas as pessoas, ainda que no final Ele lance algumas em inferno. Outros ensinam que seria por causa do amor de Deus por todos, que Ele não pode lançar nenhuma delas no inferno.
A fé Reformada consistentemente mantém a soberania de Deus. Ele criou, em seis dias literais (Gen. 1), e continua a manter todo o seu universo. Ele também dirige e controla todos as criaturas morais e racionais. Ele desde a eternidade determinou a salvar alguns (os eleitos) através do sangue do Cordeiro (Eph. 1:4) e determinou que outros seriam lançados no inferno, por causa de seus pecados (Rom. 9:22). Jamais Deus devolve qualquer aspecto de seu Governo nenhum sentido. Todas as doutrinas da igreja de Cristo devem estar em conformidade com isso. A Igreja não pode "ajustar" a soberania de Deus para se acomodar à ideia do que o homem acha que é justo e certo. Pelo contrário, confissão do homem deve ser conformada com a grande verdade da soberania de Deus. (Em relação a isto, recomendamos a edição da Baker do empolgante livro de Arthur W. Pink, A Soberania de Deus. Este pode ser encomendado em "Books" neste site).

As Infalíveis Escrituras

O conhecimento do Deus soberano não deriva do homem através de pesquisa, mas pela revelação do próprio Deus. A fé reformada mantém a inerrância da Sagrada Escritura, a sua infalibilidade e inspiração. É a Palavra "soprada por Deus" (II Tm 3:16) falada por Cristo (João 1), para que possamos conhecer e compreender o que Deus ia revelar de si mesmo. Sem essa palavra que não poderíamos ter conhecimento determinado. Com ela, temos testemunho confiante e certo relativo a Deus e relativamente ao Seu Filho Jesus Cristo, e à obra de Cristo em resgatar e gerar a Sua igreja.

O Pacto da Graça

A fé reformada mantém a grande verdade do "pacto de graça." Afirmamos sucintamente as nossas próprias convicções relativas ao ensino da Escritura a este respeito.
O pacto de graça deve ser entendido à luz da Santíssima Trindade. Os três num só Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) eternamente coexistentes e unidos em si perfeitamente. É uma comunhão que pede a descrição humana e ultrapassa a compreensão do homem. No entanto a verdade da comunhão pactual com Ele mesmo é a base do pacto de graça. O Deus Triúno eternamente determinado a revelar fora de si mesmo a glória da comunhão, como existe em si mesmo. Ele determinou mostrar da forma mais elevada uma comunhão com um povo eleito escolhido eternamente em Cristo.
Uma boa compreensão desta obra de Deus enlaça juntamente as diversas verdades maravilhosas da Escritura. A palavra de Deus mostra que este pacto é "unilateral", ou seja, não estabelecido entre duas partes, mas sim pelo próprio Deus directamente (Gn 15:17-18). É um pacto inquebrável, em que, quando Deus estabelece-lo com o Seu povo, continua por toda a eternidade (Gn 17:7). Essa aliança não é uma espécie de acordo em que Deus toma o Seu povo para o céu, mas é o fim ou objectivo que Deus tem em mente (Gn 17:7). É a promessa que Deus tem o prazer de estabelecer na linha de gerações (Gn 17:7). Foi verdadeiramente dito, "Ele reúne a Sua semente da nossa semente." Nem todos os nascidos de pais crentes fazem parte do pacto (Rm 9:13). Mas as sementes espirituais são salvas (Rm 9:7). Deus traz outras pessoas do paganismo, mas depois incorpora também a sua semente espiritual no corpo de Cristo (At 16:27-33).

Os Cinco Pontos do Calvinismo

A fé reformada é frequntemente associada com o que é chamado os "cinco pontos do calvinismo". Esses "cinco pontos", de maneira nenhuma esgotam a fé Reformada. No entanto, estes marcam uma distinta diferença entre ela e o Arminianismo que tem infectado a maior parte das igrejas fundamentalistas.

Os cinco pontos são lembradas por muitos através da utilização do acróstico: TULIP.

O "T" é de total depravação. Este é o ensinamento bíblico em que o homem é nascido morto em pecados, incapaz e sem vontade para qualquer bem (Rm 3:10). Todos são culpados do primeiro pecado de Adão (Rm 5:12). Todos só transgridem a lei de Deus por natureza (Rm 3:23). A partir disto seguem diversas conclusões. Uma pessoa não pode "oferecer" a um pecador morto a salvação em Cristo. Também não pode ser esse "convidado" a aceitar Cristo ou aceitá-lo em seu coração. Seu estado é tal que é impossível actividade espiritual da sua parte.
O "U" representa eleição incondicional. Desde antes da fundação do mundo, Deus tem escolhido para si mesmo um povo em Cristo (Ef 1:4). Juntamente com este fato, Deus também tem determinado a lançar outros no inferno, por causa de seus pecados (Rm 9:21-22). Que esta eleição eterna é "incondicional" significa que Deus escolheu, não porque Ele previa que um iria acreditar, mas um acredita porque Deus o escolheu (Jo 10:26; Rm 8:29-30).
O "L" representa expiação limitada. A expiação é o pagamento feito por Cristo pelos pecados do seu povo (Mt 1:21). Que é "limitada" não está a ensinar que a expiação de Cristo falta em algo. Pelo contrário isto apresenta o facto escriturístico que a expiação é limitada aos eleitos ou escolhidos de Deus (João 6:44).
O "NegritoI" fala de graça irresistível. Isso enfatiza que, quando Deus vos chama a si o seu povo, e eles virão (João 6:37). Vêm não involuntariamente, mas de bom grado. No entanto, a sua graça é de tal potência que a vontade dos seus eleitos é feita subserviente à Sua vontade.
O "P" é preservação dos santos. Isto significa que um escolhido, chamado e atraído a Jesus Cristo, também irá permanecer na fé e vai certamente ser levado à glória. Estes santos podem pecar gravemente e se cair por um tempo em certos pecados. Mas Deus tra-los de volta a si próprio. Aqueles por quem Cristo morreu serão certamente salvos (Fl 1:6; Rm 8:29-30).

As Doutrinas da Graça

A fé Reformada consistentemente afirma as "doutrinas da graça." Mais uma vez, estas são doutrinas das Escrituras. A terminologia serve para enfatizar o fato de que a salvação é uma gloriosa e total obra do nosso Deus, e não obra do homem ou do homem cooperar com Deus. Nós somos justificados pela graça através da fé (Rm 3:24). Aqueles justificados tiveram seus pecados pagos integralmente através do precioso sangue de Jesus (Rm 5:1). E aqueles por quem Cristo morreu, foram escolhidos por Deus desde a eternidade. Toda a salvação é totalmente o trabalho do soberano Deus. Não há então nenhum espaço para vanglória (Eph. 2:9).

Baptismo infantil


A fé Reformada segue a prática do baptismo de crentes. Isto tem sido a prática consistente dos crentes Reformados desde John Calvin. Este baptismo é baseado na verdade da Aliança de Deus, estabelecida na linha das gerações de fiéis. Nem todos os baptizados são salvos (Esaú que recebeu o sinal da circuncisão não foi salvo [Rm 9:13]). Mas porque Deus estabelece o Seu pacto na linha de gerações (Gn 17:7; At 2:39), estes também recebem o sinal desse pacto e da justiça que é pela fé. Isto também é coerente com as práticas dos apóstolos que baptizaram crentes e suas famílias (At 16:15; I Coríntios 1:16; At 11:14; At 16:31).
Os Credos
A fé Reformada mantém os credos como expressões do que ela confessa que a Escritura ensina. Credos não são para considerar como infalíveis. Eles, ainda assim, identificam e distinguem o que é Reformado do que não é. Os Reformados têm escrito, muitas vezes depois de grandes lutas e terríveis perseguições, as verdades que eles acreditam Escritura ensina seguramente. Os credos salientam a forma como os Reformados diferem das outras pessoas que também reclamam manter a Escritura. Por meio dos credos, os filhos dos crentes são ensinados nas doutrinas das Escrituras. Por meio dos credos as igrejas mostram a todo o mundo o que acreditam e ensinam.

Culto

A fé reformada mantém a necessidade de cultos regulares cada Sabbath. Não pertence à mente o minimizar ou negligenciar o culto de Jeová, em cultos regulares. Antes a alegria dos reformados é a de cumprir o mandato do quarto mandamento e os ensinamentos das Escrituras reunindo a cada Sabbath para adorar o nome de Deus. Eles juntam-se, não para serem divertidos, mas para glorificar o Nome que está acima de todo e qualquer outro nome.
A fé reformada mantém também o ensinamento bíblico de que a pregação da Palavra deve vir da igreja através de homens chamados por Deus para servir nesta posição importante (Rm 10:15). A pregação é para ser o elemento central do culto. Chama-se nas Escrituras a "loucura da pregação" (I Coríntios. 1:21), mas, ao mesmo tempo, é o modo ordenado por Deus de salvar os pecadores e fortalecer os santos (Rm 10:14).

A Vida Santa

A fé Reformada não conduz os homens a serem descuidados ou profanos. Esta fé não considera que pode-se "pecar para que graça possa abundar" (Rm 6:1). Porque se uma pessoa é escolhida eternamente de Deus, e porque Cristo morreu por ela, htem de haver a evidência de frutos piedosos. Verdadeiro agradecimento deve ser visto, caso contrário, não existem provas da eterna eleição. Deus escolheu o Seu povo para as boas obras (Ef 2:10) e de maneira que devamos ser santos e sem culpa diante dele (Ef 1:4). Não deve haver nenhuma aliança entre a luz e as trevas, entre o cristão e o mundo (II Coríntios. 6:14). A "antítese" deve ser evidente - a distinção entre o bem e o mal é para ser visto na vida do cristão.

Missões

A fé reformada crê firmemente na convocação da igreja para sair por todo o mundo para pregar o evangelho. Ele não tem nada a ver com um "hiper-calvinismo", que levaria a negligenciar esta grande tarefa da Igreja. O próprio Jesus mandatou os discípulos e, em seguida, a igreja, para ir em todo o mundo para pregar o evangelho (Mt 28:19). Embora seja certamente verdade que Deus irá salvar o Seu povo a quem Ele tem escolhido desde a eternidade, é igualmente verdade que Ele determinou que isto é para ser feito por meio da fiel pregação do evangelho, tanto no seio da igreja e no campo missionário. Só Deus sabe quem são dele. A igreja vai sob o mandato de Cristo, a fim de que os tais escolhidos de Deus também possam ser trazidos para a cruz de Jesus Cristo.

Regresso de Cristo

A fé Reformada aguarda com confiança para o breve retorno de nosso Senhor Jesus Cristo sobre as nuvens do céu. Em Mateus 24 Jesus fala dos sinais que antecedem a Sua volta. Vemos esses sinais sendo cumpridos hoje. Nós não sabemos o dia ou a hora do seu regresso, mas sabemos que deve estar à mão. Isto deveria impressionar a igreja com a urgência de realizar as suas tarefas fielmente até o fim. Deve pregar a Palavra, deve evangelizar, deve ensinar as crianças, para que elas possam estar preparadas para os maus dias que vêm sobre a igreja. E a fervorosa oração da Igreja é pela vinda de Cristo: "Mesmo assim, vem Senhor Jesus, depressa!" (Ap 22:20).
O acima exposto não é concebido de forma alguma para ser um tratado exaustivo da fé "reformada". Convém, no entanto, dar uma descrição "miniatura" daquela fé que tem sido tida por tão preciosa através dos séculos. Na base das verdades gloriosas pelas quais muitos deram as suas vidas, também teríamos desejo de buscar comunhão com aqueles que amam estas mesmas verdades, de modo a incentivar e fortalecer um ao outro na mais santíssima fé.

Via: http://www.soberanagraca.blogspot.com/

domingo, 2 de agosto de 2009

Confusão Carismática!

Porque Deus não é Deus de confusão… (1Co. 14.33)

Um dos movimentos mais confusos que veio à tona na cena religiosa deste último século foi, sem a menor sombra de dúvida, o chamado Movimento Carismático. Esse movimento perverteu muitos crentes despreparados e neófito, bem como muitos incrédulos, desencaminhando-os para doutrinas falsas, heresias e meninice. Leitores, considere comigo 10 razões pelas quais você deve rejeitar o Movimento Carismático:

1. A Bíblia não é a Autoridade Final no Movimento Carismático!

Os carismáticos ignoram sistematicamente a Autoridade e Doutrinas Bíblicas, demonstrando claramente esse desprezo usando fora do contexto, o verso que diz (se referindo à lei) que a “…letra mata…” (2 Co. 3:6). A Bíblia, todavia, diz em outro trecho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar…” (2 Tm 3.16). Outra prova disso é a pesada influência do movimento carismático ao apoio das versões modernas da Bíblia. O líder da renovação carismática, que dividiu os Baptistas na década de 60, Enéas Tognini, apesar de alegar vários dons do Espírito Santo, parece que não consegue saber o mais básico assunto da vida cristã que é justamente onde está a Palavra de Deus, já que ele usa e defende a maior e a mais clara FALSIFICAÇÃO da Bíblia em português que é a Bíblia na Linguagem de Hoje!

2. O Movimento Carismático enfatiza O Espírito Santo, enquanto a Bíblia diz que o Espírito Santo glorifica a Jesus Cristo!

A Bíblia diz: “ Ele me glorificará…” (Jo. 16.14)

3. O Movimento Carismático acomoda o mundo com sua música Rock, danças, vestes imodestas, celebridades e shows.

A Bíblia diz: “… qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg. 4.4)

4. O Movimento Carismático promove o ecumenismo!

Nenhum outro movimento evangélico foi tão bem sucedido em promover o ecumenismo como o movimento carismático. Bíblia diz: “…saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor…” (2 Co. 6.17). E ainda mais: “…Sai dela, povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados…” (Ap. 18.4 ).

5. O Movimento Carismático é orientado para a EXPERIÊNCIA!

O abuso escandaloso em círculos carismático chegou ao ponto ridículo de se imitar vozes de animais (galinhas, cobras etc...) semelhante aos cultos demoníacos, nos quais as pessoas são possessas e se contorcem no chão em poses indecentes! Isso ocorre em muitas igrejas carismáticas sem a menor refutação por parte dos membros nem líderes que são os maiores culpados dessa blasfémia e querem que os outros acreditem que esse show deprimente e tenebroso vem de Deus. A Bíblia diz a respeito de muitos que eram cheios de experiências espirituais e dons: “…Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt. 7.21). Que tragédia!

Vejamos como essas experiências foram sempre a ênfase na história do movimento:

O pentecostalismo teve 3 ondas (até agora), cada uma delas se distanciando mais da verdade:

  1. A 1ª onda, Pentecostalismo denominacional, iniciada na década de 1900 entre metodistas (arminianos e não bem doutrinados), caracterizou-se pela criação de novas denominações (tais como Assembleia de Deus; Igreja Pentecostal; Evangelho Quadrangular, etc.).
  2. A 2ª onda, Renovação Carismática, inter ou adenominacional e ecumênica, iniciada na década de 1950/1960 entre católicos que alegaram “experiências”, caracterizou-se por infiltração/ tomada/ divisão de igrejas de denominações mais tradicionais (católica, presbiteriana, congregacional, etc.), que não trocavam de nome principal, mas passavam a ser conhecidas, ao menos extra-oficialmente, como “Igreja Fulano de Tal Renovada". Elas identificam-se e ecumenicamente comungam uma com todas as outras, unidas sobre a base comum das “experiências da renovação carismática”.
  3. A 3a onda, Neo-pentecostalismo, foi iniciada na década de 1960/1970 entre os pentecostais, e caracteriza-se pela teologia da prosperidade e/ou adoração da "fé positiva" e/ou por grosseiras aberrações.

  • Dentes de ouro;
  • Vómito santo;
  • Sopro do Espírito; (mulheres e homens misturados, uns por cima dos outros, e em poses indecentes, promíscuas e obscenas, e se estrebuchando igual aos endemoninhados...);
  • Capa de Elias (balançar o paletó do púlpito, fazendo vento, para os macacos de auditório ficarem caindo nos bancos...)
  • Gargalhada de Toronto;
  • Latidos santos;
  • Correria santa em volta do púlpito;
  • Água magnetizada;
  • Óleo de Israel;
  • Grupos G12;

Tudo isso são coisas vistas nas suas mega-igrejas e mega-tele-cultos (Hinn, Hagin, Macedo, Soares, Rodovalho, Milhomens, Castellano, etc.): “Faça/ dê/ use isto físico (que só nossa igreja pode lhe vender/ dar), depois exerça sua fé forte (eis aí o motor de tudo, adoremos a fé), ordene com palavra omnipotente a Deus aos demónios e ao universo, e você vai instantânea e totalmente ter tudo que quiser, na área financeira, profissional, de saúde, de casamento, etc”. Observe os escândalos dos 3 "Jimmys" (Os 2 primeiros da Assembleia de Deus): Swaggart, Bakker, Jones.

6. O Movimento Carismático busca sinais como atalho para espiritualidade!

A Bíblia diz: “…tudo o que não é de fé, é pecado.” (Rm. 14.23).

7. O Movimento Carismático declara que as (suas) línguas são linguagens celestiais.

A Bíblia diz claramente que aquele fenómeno era simplesmente um dom espiritual que consistia na capacidade dada aos discípulos de falar linguagem humana existente: “Como, pois, os ouvimos cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Act. 2.8). Note também que, no Novo Testamento, após Actos capítulo 2, aqueles discípulos, incluindo os apóstolos, não falaram mais em línguas desconhecidas! Leia todo o Novo Testamento e procure-os falando em línguas desconhecidas. Você não achará!

Vejam e pasmem o que disse certa missionária em tom de sarcasmo, desabafo e rebeldia, após longamente confrontada com aconselhamento ao se desviar para a prática de falar em línguas:

"Não me interessa o que a Bíblia diz, eu tive a experiência!"

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8. O Movimento Carismático clama que a cura física está na promessa da Expiação.

Esse ensino é fácil de ser refutado. Se isso fosse verdade, nenhum crente morreria! Depois de dois mil anos de história, é óbvio que milhões de crentes salvos em Jesus Cristo, incluindo piedosos missionários e outros incontáveis crentes cheios do Espírito Santo, morreram vítimas de terríveis e inúmeros tipos de doenças! A Bíblia diz claramente que o maior agente de cura no novo Testamento (excepto Jesus Cristo), o apóstolo Paulo, não podia curar o seu próprio amigo! Isso prova que os dons miraculosos foram cessando mesmo na era apostólica: “Erasto ficou comigo em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto.” (2Tm. 4.20).

9. O Movimento Carismático negligencia o ensino claro da ordem na igreja.

A Bíblia diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas…” (1Co. 14.34). Para os homens: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.” (1Co. 14.27). “As línguas são um sinal…” (1Co. 14.22). Esse sinal temporário era para os judeus e já cessou: “…havendo línguas, cessarão…” (1Co 13.8). “Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” (1Co. 13.10) O "perfeito" aqui é, sem a menor sombra de dúvida, o cânon encerrado (Ap. 22.21) das Escrituras.

10. O Movimento Carismático clama o endosso de Deus para suas práticas.

A Bíblia, entretanto, proclama que Satanás também é carismático! Esses carismáticos “cheios do poder”, cheios de arrogância espiritual, não são prova de NADA, pois a Bíblia diz:

A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, como todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.” (2Ts. 2.9)

E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra , à vista dos homens.” (Ap 13.13).

Conclusão

É impossível um eleito (crente) morrer sendo carismático. Eu creio que lá há muitos cristãos, mas ainda vão se arrepender e sair de lá. Na verdade, uma boa parte dos carismáticos são pessoas que querem até servir ao Senhor, porém estão apoiando muitos enganos doutrinários e isso é conivência com heresia. Existe muitos que estão enganando a si próprios nesse movimento, que prega, inclusive, a perda da salvação, que é a maior heresia e ensino falso de todo o Movimento Carismático - Pentecostal - Renovado. Isso é a mesma coisa que salvação pelas obras! Se alguma pessoa nesse movimento, crê na salvação pelas obras, não é possível que seja salva. Lembremo-nos também que, multidões lotando templos (argumento preferido dos carismáticos para tentar autenticar suas crenças) ou denominações super-poderosas, não significam absolutamente NADA nos dias de apostasia em que vivemos.

Saia da confusão, “Porque não ignoramos os seus ardis.” (2Co. 2.11)

Sola Scriptura

Bibliografia:
  • Livro "THE LIFE OF CHARLES F. PARHAM: Founder of Apostolic Faith Movement." Autora: Sarah E. Parham. Editora Garland Publishing Inc; New York and London, 1985. Foi publicado originalmente em 1930. *Livro "The Faith Healers", de James Randi. Editora: Prometheus Books.
  • Livro "A Vingança de Deus". Autor:Gilles Kepel. Editora Siciliano.Traduzido por J. E. Smith Caldas. NA INTERNET, CONSULTEI ALGUNS SITES,PARA EXTRAIR PARTE DAS INFORMAÇÕES ACIMA:
  • Azuza Street; Rick Joiner. Ver o site www.christianworld.org/ revival/fire.html *Robert Longman Jr.; www.spirithome.com/histpen1.html *"The origins of pentecostalism" autor:Vinson Sinar, PhD. O artigo estava no site: holyspirit/pentorg1.html ; o autor é bom no tema.
  • Site www.christianityonline.com/christianhistory/58H/ 58H010.html ; site religioso. Tirando alguns exageros, é bom.
  • Site - http://www.baptistlink.com/creationists/confuca.htm
  • Site *Site ; uma lista bastante grande de patifarias religiosas de pentecostais.