sábado, 18 de julho de 2009

Deus é desejável?

Vivemos num mundo hostil. Selvagem. Capitalismo selvagem. Homem sendo o lobo do homem, egocentrismo, morte, doenças. Sofrimentos nos marcam desde o início da vida. A crença em Deus seria um óbvio conforto para tudo isso, e, para alguém cuja vida já não apresenta boas perspectivas, a crença em Deus muitas vezes é o último ponto de apoio, de esperança e de alegria.

Muitas das pessoas que estão muito doentes desenvolvem o seu lado espiritual. Inclusive, um grande pregador (A. W. Tozer) disse:

“É duvidoso que Deus possa abençoar um homem grandemente até que Ele o tenha afligido grandemente”.


Ou, como disse C. S. Lewis

“Deus sussurra a nós em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nossas dores: elas são o seu megafone para acordar um mundo surdo”.


Diante dessas palavras, das nossas observações, e da nossa experiência, nos encontramos no grande perigo de concluir (ah, sempre as precipitações!) que a crença em Deus é oriunda do nosso desejo por alívio, em momentos de dor. Um leitor atento poderia até mesmo dizer: “Só pode ser isso! Como imaginar um Deus que clama quando temos dor, mas quando estamos no nosso normal, e nas nossas alegrias, aparece no máximo como um sussurro? Não pode ser!”

Engano duplamente lamentável, porque, além de negar a Deus, ainda comete o erro que tanto teima em atribuir aos religiosos: não age racionalmente. Desrespeita a razão. Comete falácia. A famosa e mui antiga falácia do cum hoc et prompter hoc, ou, em português claro e simples, “correlação não implica causação”.

Não é porque dois elementos ocorrem conjuntamente que possamos inferir que eles estejam conectados causalmente! Um exemplo torna a falácia mais óbvia:

1: “Quanto mais bombeiros combatem um incêndio...”
2: “... maior dano se observa.”

Conclusão: “Os bombeiros causam o dano".

Agora, basta substituir os elementos e teremos a falácia de que falávamos. “Quanto mais sofrimento se vê numa vida... mais a concepção de Deus se observa. Conclusão: O sofrimento causa o desejo por Deus”.

Ora, já vimos, portanto, que é falácia completa e das mais grosseiras. Mas há mais que se falar contra essa visão. Porque, embora isto que disse prove que não dá para provar que Deus é o resultado do sofrimento, muitos acreditarão ainda, afinal de contas, nem tudo se prova debaixo do sol. E, portanto, o texto continua. Mas eu creio que Deus predestinada o sofrimento, mas Ele não é a causa do sofrimento. Isso é difícil entender pela razão, mas eu entendo pela fé.

Será que faz sentido que o conceito de Deus resulte de um desejo por alívio? Será que faz sentido pensar que crer em Deus advém da necessidade de conforto, de vida eterna, e de aceitação?

Veja as palavras do apologista cristão Alvin Plantinga:

“Muitas pessoas não gostam em absoluto da ideia de um ser ONIPOTENTE, ONISCIENTE, MONITORANDO todas as suas actividades, que conhece cada um de seus pensamentos e JULGA tudo o que elas pensam ou fazem. Outras desgostam da FALTA DE AUTONOMIA consequente da existência de alguém perto de quem nós somos como POEIRA e CINZA, e a que devemos VENERAÇÃO e OBEDIÊNCIA.”


O conceito de Deus é um conceito muito complexo. Omnisciência, omnipresença, omnipotência, soberania, controle absoluto de todas as coisas, justiça (incluindo justa ira contra o mal), santidade e infinitude são elementos de que nem sempre as pessoas se lembram quando dizem “Deus”. Mas o Deus em que cremos é um Deus que necessariamente deve ter estes atributos. Eles são consequências directas da concepção de um Ser supremo.

O Deus em que cremos é aquele que pede que neguemos não só nossas riquezas, mas também nossos familiares e amigos mais íntimos, a favor dele (Lucas 14). Que estou dizendo, que neguemos a nossa própria vida. O Deus em que cremos é aquele que nos leva a dizer: “já não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim”. O longo processo de mortificação do ego é doloroso, um tipo de sofrimento que todo o que recebe a Cristo é alertado de modo directo por suas próprias palavras. O Deus em que cremos é aquele que nos leva a dizer: “não tenho mais vontade, seja feita a Tua”.

O conceito de Deus é o conceito de aniquilação do ego, algo que ninguém neste mundo deseja por conta própria. Não só não é desejável, mas também é algo que naturalmente detestamos. Não somente porque ele ordena essa aniquilação, mas porque a própria contemplação Dele é a nossa aniquilação. Quando os textos da Escritura apresentam pessoas que tiveram uma experiência intensa em que viam a Deus, ela sempre usa palavras de aniquilação e terror: “Haveremos de morrer, porque vimos o Senhor”. Em coerência com isso, não devemos desprezar o testemunho geral dos que crêem, os quais dizem que fugiam de Deus, a ponto de não afirmarem que vieram a aceitar a palavra pelas próprias forças.

Nas palavras de João Calvino:

“Na medida em que não olhemos para além da terra, nós ficamos muito satisfeitos com nossa própria justiça, sabedoria, e virtude; nós interpelamos uns aos outros nos termos mais soberbos, e parecemos menores apenas que semideuses. Mas assim que começamos a elevar nossos pensamentos para Deus, e reflectir em que espécie de Ser ele é, e quão absoluta a perfeição da sua justiça, e sabedoria, e virtude, para as quais, como um padrão, nós somos obrigados a nos conformar, o que anteriormente nos deliciava por sua falsa aparência de justiça se tornará contaminada com a maior iniquidade; o que se nos impôs estranhamente sob o nome de sabedoria nos desgostará por sua tolice extrema; e o que se apresentou na aparência de energia virtuosa será condenada como a mais miserável impotência. Assim estão distantes essas qualidades encontradas em nós, as quais parecem mui perfeitas, em relação à pureza divina. Daí aquele terror e assombro com os quais, de acordo com o que a Escritura nos relata uniformemente, os santos foram atingidos e esmagados quando quer que contemplassem a presença de Deus (...) Eles são, de certa maneira, tragados e aniquilados.”


Sem dúvida, Deus é um Deus de amor, de amor supremo e infinito para com os eleitos. Como disse C. S. Lewis, “Deus é tanto o único conforto, como também o supremo terror: a coisa de que mais precisamos e a coisa de que mais queremos nos esconder”.

Quero propor uma nova visão do sofrimento. Deus está bastante presente no sofrimento porque é nele que nosso ego baixa a guarda, é nele que nosso ego se parte, se enfraquece, é nele em que realmente nos tornamos vulneráveis a Deus. Não é que Deus só grita no sofrimento: é nós que só abrimos o ouvido quando sofremos.

Para fazer um último ataque à visão de um conceito de Deus resultante do sofrimento, vou deixar uma pergunta: se o que queremos é conforto e paz, por que não surgiu, ao longo desta História de sofrimento, apenas o conceito de uma futura vida em paz, tranquilidade, e vida eterna? Porque apenas não nos projectamos mentalmente para um novo mundo, onde haverá delícias e contentamento? Isso não apenas seria mais simples do que conceber um Ser pessoal, supremo, com todos os atributos de perfeição máxima, e com todas as implicações destes para a vida humana? A não ser que haja em nosso coração um desejo puro e independente pelo Ser, de modo dissociado de um desejo por alívio, não vejo por que o conceito de Deus surgiria do sofrimento.

Soli Deo gloria

Luan Marçal

terça-feira, 14 de julho de 2009

Graça Comum

Rejeitamos a graça comum sobre a base da Palavra de Deus. A graça comum ensina que Deus ama o réprobo, mas as Escrituras proclamam que "o Senhor aborrece" "ao avarento" (Sl. 10:4, KJV). O Salmista declara de Deus: "odeias a todos os que praticam a maldade" (Sl. 5:5). É mentira que Deus odeia o pecado, mas ama ao pecador! Além do mais, "o SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua [de Deus] alma" (Sl. 11:5). Aqui está a intensidade da aversão de Deus ao réprobo: sua própria alma – tudo o que Ele é – detesta-o. Assim, Jeová "sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso" (v. 6).

A graça comum ensina que as coisas boas que os réprobos recebem nesta vida são prova do amor de Deus por eles. Esse foi o engano de Asafe, e é o engano de muitos. "No santuário de Deus" (Sl. 73:17), Asafe entendeu que "a prosperidade dos ímpios" (v. 3)—sua saúde (v. 4), comida (v. 7), riquezas (v. 12)—era "certamente" Deus colocando-os em "lugares escorregadios" antes de lançá-los na "destruição" (v. 18). Deus dá a eles coisas boas em Sua providência, mas Ele "despreza-os" (v. 20) por sua impiedade (v. 8).

Salomão, o mais sábio dos homens, declarou: "A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio" (Pv. 3:33). Todas as coisas boas em sua casa – esposa, filhos, possessões, alimento, etc. – não chegam com o amor de Deus, mas com a Sua maldição.

Algumas pessoas dizem que rejeitamos a graça comum sobre a base de inferências extraídas a partir do conselho eterno da predestinação de Deus. Mas a verdade revelada de Deus da predestinação não é a única doutrina que milita contra a graça comum. Contra a unidade de Deus (Dt. 6:4), a graça comum ensina que Deus tem dois amores, duas misericórdias, duas benignidades, etc. Contra a imutabilidade de Deus (Ml. 3:6), a graça comum ensina que Deus ama os réprobos no tempo, e então os odeia na eternidade. Contra a justiça divina, que é tão grande que Deus não pode "não pode ver o mal" (Hb. 1:13), a graça comum diz que Deus ama aqueles que são completamente iníquos (Rm. 3:10-18). Resumindo, a graça comum postula um amor temporário, limitado, mutável e injusto de Deus (fora de Jesus Cristo!) pelo réprobo. Mas as Escrituras nos ensinam que Deus ama a si mesmo, e que Ele ama Sua igreja eleita (Ef. 5:25) com um amor particular (Rm. 9:18), eterno (Jr. 31:3), infinito (Ef. 3:17-19) e imutável (Sl. 136) em Jesus Cristo.

Esse erro inicial de um amor de Deus pelos réprobos está sendo usado por muitos (incluindo calvinistas professos) para destruir a antítese (Gn. 3:15), amenizar a depravação total, comprometer a expiação particular, pregar um desejo de Deus de salvar o réprobo, silenciar e (então) negar a eleição e reprovação incondicional, recusar condenar o arminianismo e seus mestres, e permitir a comunhão com os arminianos.

Rev. Angus Stewart

Fonte: Common Grace

Determinismo

Tem como ser Calvinista e não ser determinista?

Meu Professor de seminário me disse que não podemos adoptar o determinismo, pois isto não é doutrina bíblica. Então perguntei a ele se acontece alguma coisa que Deus não permita, ou que já houvesse sido previamente determinado. E ele ficou quieto.

Porque vejo que algumas pessoas, por mais que se dizem Calvinistas e crêem nos decretos eternos de Deus, terem esta tendência de achar que existe alguma coisa que Deus não tenha determinado ainda?

De.ter.mi.nis.mo (determinar+ismo) Filos Teoria segundo a qual todos os factos são considerados como consequências necessárias de condições antecedentes. D. cultural: teoria pela qual a conduta individual é modelada pelo tipo de sociedade em que vive. D. Psíquico: teoria que afirma que o curso do pensamento e da decisão voluntária é condicionado por certos princípios gerais.

O calvinismo diz que o homem é depravado de tal forma que sua vontade é conduzida por sua natureza pecaminosa. Diz que quando Deus quer salvar o homem Deus o vivifica inclinando sua vontade à Dele. O calvinismo expressa a realidade, e a realidade é que a vontade do homem nunca é livre.

Se por determinismo querem dizer que todas as coisas foram determinadas, ele seria também a realidade de acordo com o Calvinismo. Deus pré-determinou todas as coisas, cada uma delas escrita e determinada quando nenhuma delas havia ainda (Sl. 139.16).

Negar o determinismo é ser arminiano! Contudo, como sempre, devemos definir o que é determinismo. Muitos crêem num determinismo não bíblico, como alguns pagãos, que acham que os factos estão determinados por alguma força da natureza, por alguma maldição da vida passada, etc. Para mim, determinismo bíblico é sinónimo de predestinação...

Infelizmente os ensinos de Calvino são verdadeiramente difundidos. O Calvinismo vai muito além dos cinco pontos, e na realidade afecta toda uma cosmovisão reformada. Minha proposta é reflectirmos sobre até que ponto somos calvinistas de facto. Por exemplo, muitos podem não saber, mas Calvino ensinou que o determinismo é um conjunto de ensinamentos que mostra que Deus está no controle soberano do mundo, realizando sua vontade em e sobre todas suas criaturas.

Seria equivalente dizer que Deus decreta todas as acções e omissões humanas e angelicais, move activamente o coração do homem para realizá-lo e mantém activamente o pecado, administrando-o para sua glória.

Reprovação Activa

Deus em sua Soberania decidiu antes da fundação do mundo os seus eleitos e seus rejeitados, amando os primeiros e odiando os próximos, fazendo menção de que tudo isso seria à parte de obras, ou seja, Deus não escolheu homens de uma massa caída, mas escolheu-os e amou-os antes disso, mas fez com que todos sofressem a acção do pecado.

Além do mais, Deus opera no réprobo o endurecimento, agindo activamente para que ele não se converta, pois isso é para Sua glória.

Deus autor do pecado?

Dizer que Deus predetermina todas as coisas, incluindo o pecado do homens, fá-lo o autor do pecado? Não! Pecado é a desobediência a Deus, e Deus obedece a si mesmo quando predetermina até o pecado dos homens. Deus 'faz todas as coisas segundo o eterno conselho da sua vontade' (Efésios 1:11). Predeterminou a maldade dos irmãos de José para o bem de José; e o pecado destes foi o meio para a bênção que salvaria José.

Deus não é autor do pecado, no sentido efectivo, ou seja, Deus não pode praticar um mal moral... visto que Ele mesmo é santo, e de quem deriva-se todo o conceito de bem ou mal... para que Deus pudesse ser autor de qualquer espécie de "pecado" ou mal moral, deveria existir alguém ou algo superior a Ele, que lhe servisse de ponto de referência moral e ética... Nada nem ninguém está acima de Deus.

Portanto, este tipo de discussão parece mais aquelas pegadinhas escolásticas medievais, em que perguntavam quantas legiões de anjos cabiam na cabeça de um alfinete ou se Deus poderia fazer uma pedrão tão grande que ele não pudesse carregar, ou se ele seria capaz de fazer um círculo quadrado.... Isso são irracionalidades! Fora de cogitação!

Deus não necessita de defensores. Ele não precisa de nada para justificar os Seus actos soberanos neste mundo. Ele é o Criador, o Formador e o Moldador. É o Todo-Poderoso. Por ser todo-poderoso, Deus detém controle absoluto de tudo o que criou. Nada do que Ele faz pode ser injusto — todos os seus actos são rectos. NÃO existe lei capaz de considerá-lo injusto, por ser Ele o legislador.

Ele declarou o fim desde o princípio, e tem realizado, realizou e continuará a realizar toda a sua vontade” (Is 46.10).

Tudo o que acontece neste mundo ocorre apenas porque assim o decretou o Senhor, de acordo com seu beneplácito. Quem reverencia o direito soberano do Senhor, e sua capacidade, de reger toda a criação como lhe apraz não vê necessidade de defender esta proposição. Todavia, existem alguns que afirmam se regozijar na soberania divina absoluta e, no entanto, sentem a necessidade de defendê-lo e justificá-lo perante o mundo.

Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas” (CFW 3,1).
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” Daniel 4.35
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra ? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9.21-24 )
Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel” (Actos 4.26-27).
"Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles" (Salmo 139.16).
E sucedia que, quando o espírito mau DA PARTE de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1º Samuel 16.23).
E se o profeta FOR ENGANADO, e falar alguma coisa, EU, O SENHOR, TEREI ENGANADO esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel” (Ezequiel 14.9).
E A IRA do Senhor se tornou a acender contra Israel; e INCITOU a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (2º Samuel 24.1).
Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Verdadeiramente ENGANASTE grandemente a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até à alma”. (Jeremias 4.10)
“E por isso Deus lhes enviará a OPERAÇÃO DO ERRO, para que creiam a mentira” (2ª Tessalonicenses 2.11).
Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de MENTIRA na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti” (1º Reis 22.23).



Autor - Luan Marçal


Soli Deo gloria

Por que as mulheres não falam e nem oram em público em nossa igreja?

Seria uma decisão radical e machista da nossa Igreja? Qual o fundamento bíblico para agirmos assim? Gostaríamos de iniciar essa série de estudo sobre esse importante assunto, desde o Velho Testamento.

A submissão da mulher compreende dois aspectos, primeiro o natural, conforme sua própria constituição física,“vaso mais fraco” (1Ped 3.7) cuja função estabelecida na estrutura familiar era, “auxiliadora idónea”(Gen 2.20), e “glória do seu marido” (1 Cor 11:7), mas com o advento do pecado, consequências drásticas foram impostas ao primeiro casal e à mulher lhe coube as dores do parto e um agravante na submissão: “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a dor de tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gen 3:16).

Isto não significa em absoluto direito de propriedade, nos moldes escravagista, como atribuem alguns ignorantes chauvinistas, mas sim uma liderança de amor e responsável por parte do marido. Contudo, este princípio de submissão, extrapola os limites do lar e é observado por toda a Escritura. Foi assim com Sara, elogiada pela sua submissão e piedade (1Ped 3:5,6), Rebeca, Raquel, todas se ativeram à sua condição, submissas à liderança espiritual de seus maridos patriarcas, cumprindo sua missão de mãe.

Alguns argumentam de modo contrário lembrando das mulheres que foram profetizas no Velho Testamento e especificamente citam o caso de Débora que julgou Israel no tempo dos juízes. Quanto às profetizas, o ofício não exigia o exercício de autoridade, mas apenas entrega, com fidelidade daquilo que o Senhor dizia por seu intermédio, não era ensino autoritativo, nem interpretativo. Quanto ao caso de Débora, é claro que se tratou do juízo de Deus ao Seu povo num momento de confusão e clara desobediência.”Naqueles dias não havia rei em Israel; e cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Juiz 21:25). Débora convocou a Baraque para liderar as milícias do Senhor, este recusou ir só e exigiu a companhia de Débora, que o advertiu: ”certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor vencerá Sísera” (Juiz 4:9), e de fato coube à Jael a glória da morte do general inimigo. Mas ao final, no seu cântico de vitória, Débora conclama os homens, juízes, líderes naturais das tribos de Israel a reassumirem seus cargos de honra na condução do povo de Deus. É interessante notar que o livro de Juízes, relata a história de um rei que pediu ao seu escudeiro que o matasse a espada, porque havia sido ferido mortalmente na cabeça por uma pedra lançada por uma mulher (Juiz 9:53,54). Tudo isso para mostrar, que era juízo de Deus a liderança de mulheres, ou ser derrotado por elas. No livro do profeta Isaias, este opróbrio é confirmado: “Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores e mulheres dominam sobre eles, Ah! Povo meu!, os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas” (Isa. 3:12).

Não é propósito de Deus, portanto, que as mulheres exerçam autoridade de homem. Nem estejam à frente no governo quer dos negócios do mundo ou da Igreja. Orar em público, liderar, governar, ensinar homens, são exercícios de autoridade reservados aos homens. O princípio de submissão que lhe coube por causa do pecado se estende a todos os lugares, inclusive na Igreja. Sobre elas pesa a sentença do Gênesis: “Teu desejo será para o teu marido e ele te governará…”

Tendo visto o que o Velho Testamento ensina a respeito do lugar próprio da mulher nos propósitos de Deus e como é vedado a elas o exercício da autoridade de homem, passamos agora às considerações do assunto no Novo Testamento.

Na primeira carta à Timóteo, no capítulo 2, o apóstolo estabelece como deve ser o procedimento no culto público de Deus dizendo o seguinte:

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas como convém às mulheres que fazem profissão de servir a Deus com boas obras. A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.” (I Tim. 2:8-15)

O texto fala por si mesmo, mas algumas pessoas o interpretam usando o argumento cultural: “Paulo diz isso por causa da cultura do seu tempo! Naquela época as mulheres não falavam em público mesmo!” - dizem; contudo, esse tipo de interpretação violenta o texto, porque o próprio apóstolo deixa claro a razão de sua proibição veemente, e esta não é cultural mas teológica! “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão!” Portando, não é uma questão cultural, mas espiritual.

Na primeira carta do apóstolo aos Coríntios, corrigindo a grande confusão que aquela igreja agia com relação ao culto, no capítulo 11 ele estranha que mulheres se manifestassem no culto para orar em línguas e profetizar sem o uso do véu.

Devemos nos lembrar que profetizar, como faziam também algumas mulheres no V.T., não era um exercício de autoridade, elas não interpretavam nem ensinavam, mas apenas repetiam a palavras inspiradas. Mesmo assim seria um absurdo fazê-lo sem ter sobre si o sinal de submissão, o véu; mas hoje, não temos mais o exercício desses dons de revelação e as mulheres não necessitam mais usar véu, uma vez que não irão mesmo falar em público. Por isso, na mesma carta, no capítulo 14, logo a seguir, tratando do mesmo assunto, ordem no culto, nos versos 34 e 35 ele diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja” A razão também nos é revelada, e não é cultural, mas sim espiritual “como também ordena a Lei”, isto é, o Velho Testamento, certamente se referindo ao livro do Gênesis.

E qual seria então as atividades das mulheres na Igreja?

Bem, primeiro, elas devem cantar, participando assim do canto congregacional. Ensinar crianças, como mães, e outras mulheres, como diz o texto:

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada. mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada.” (Tit 2:3-5)

Além disso, há muito trabalho indispensável na Igreja, que estas santas mulheres podem fazer servindo a Deus. O Senhor Jesus foi servido por elas, de modo a não lhe deixar faltar nada: “Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.” (Mar 15:40-41)

O apóstolo Paulo, em sua saudação final na carta ao Romanos, faz menção de uma tal “Febe”, que alguns pensam ser uma diaconisa da Igreja de Cencréia (ou Corinto), porque ele usa a palavra “serva” que no grego é “diaconon”. No entanto, não há porque concluir isso, uma vez que não há qualquer outro texto para confirmar essa interpretação e o que Paulo está dizendo é tão somente que esta irmã atuava de forma extraordinária na Igreja inclusive lhe sendo muito útil e portanto deveria ser recebida pela Igreja de Roma com deferência:“Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia; para que a recebais no Senhor, de um modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque ela tem sido o amparo de muitos, e de mim em particular.” (Rom 16:1-2)

As irmãs, devem participar das reuniões de oração da Igreja, onde homens estão presentes, fazendo seus pedidos e acompanhando as orações em silêncio.

O ato de orar em público, é um exercício de autoridade, porque aquele que ora, está elevando toda congregação, até o trono de Deus e intercedendo pela Igreja. Por isso o apóstolo diz: “Quero que os varões orem…”. Isto não impede, que as mulheres tenham suas próprias reuniões de oração e se reúnam, sob a supervisão do Conselho, para interceder pela Igreja, pelos seus maridos, filhos, etc.

Concluo lembrando que as mulheres sempre foram muito ativas e de grande importância na vida da Igreja ao longo de sua história. Sempre agiram, santa e piedosamente, nos bastidores, para prover tudo que fosse necessário, sem reivindicar direito de ofício. Não há na Bíblia qualquer indício de ter havido Apóstola, Bispa, Pastora, Presbítera ou Diaconisa, no entanto, todos nós sabemos que a Igreja não chegaria aonde chegou sem a atuação delas. Deus as têm usado e ainda as usará, dentro dos limites que Ele mesmo ordenou e instituiu na Sua Palavra. Qualquer coisa que passar disso é invenção dos homens, influenciados pela psicologia moderna e pelo feminismo.

Rev. Josafá Vasconcelos

Fonte:

http://www.iphr.org.br/2008/09/por-que-as-mulheres-nao-falam-e-nem-oram-em-publico-em-nossa-igreja/

sábado, 18 de julho de 2009

Deus é desejável?

Vivemos num mundo hostil. Selvagem. Capitalismo selvagem. Homem sendo o lobo do homem, egocentrismo, morte, doenças. Sofrimentos nos marcam desde o início da vida. A crença em Deus seria um óbvio conforto para tudo isso, e, para alguém cuja vida já não apresenta boas perspectivas, a crença em Deus muitas vezes é o último ponto de apoio, de esperança e de alegria.

Muitas das pessoas que estão muito doentes desenvolvem o seu lado espiritual. Inclusive, um grande pregador (A. W. Tozer) disse:

“É duvidoso que Deus possa abençoar um homem grandemente até que Ele o tenha afligido grandemente”.


Ou, como disse C. S. Lewis

“Deus sussurra a nós em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nossas dores: elas são o seu megafone para acordar um mundo surdo”.


Diante dessas palavras, das nossas observações, e da nossa experiência, nos encontramos no grande perigo de concluir (ah, sempre as precipitações!) que a crença em Deus é oriunda do nosso desejo por alívio, em momentos de dor. Um leitor atento poderia até mesmo dizer: “Só pode ser isso! Como imaginar um Deus que clama quando temos dor, mas quando estamos no nosso normal, e nas nossas alegrias, aparece no máximo como um sussurro? Não pode ser!”

Engano duplamente lamentável, porque, além de negar a Deus, ainda comete o erro que tanto teima em atribuir aos religiosos: não age racionalmente. Desrespeita a razão. Comete falácia. A famosa e mui antiga falácia do cum hoc et prompter hoc, ou, em português claro e simples, “correlação não implica causação”.

Não é porque dois elementos ocorrem conjuntamente que possamos inferir que eles estejam conectados causalmente! Um exemplo torna a falácia mais óbvia:

1: “Quanto mais bombeiros combatem um incêndio...”
2: “... maior dano se observa.”

Conclusão: “Os bombeiros causam o dano".

Agora, basta substituir os elementos e teremos a falácia de que falávamos. “Quanto mais sofrimento se vê numa vida... mais a concepção de Deus se observa. Conclusão: O sofrimento causa o desejo por Deus”.

Ora, já vimos, portanto, que é falácia completa e das mais grosseiras. Mas há mais que se falar contra essa visão. Porque, embora isto que disse prove que não dá para provar que Deus é o resultado do sofrimento, muitos acreditarão ainda, afinal de contas, nem tudo se prova debaixo do sol. E, portanto, o texto continua. Mas eu creio que Deus predestinada o sofrimento, mas Ele não é a causa do sofrimento. Isso é difícil entender pela razão, mas eu entendo pela fé.

Será que faz sentido que o conceito de Deus resulte de um desejo por alívio? Será que faz sentido pensar que crer em Deus advém da necessidade de conforto, de vida eterna, e de aceitação?

Veja as palavras do apologista cristão Alvin Plantinga:

“Muitas pessoas não gostam em absoluto da ideia de um ser ONIPOTENTE, ONISCIENTE, MONITORANDO todas as suas actividades, que conhece cada um de seus pensamentos e JULGA tudo o que elas pensam ou fazem. Outras desgostam da FALTA DE AUTONOMIA consequente da existência de alguém perto de quem nós somos como POEIRA e CINZA, e a que devemos VENERAÇÃO e OBEDIÊNCIA.”


O conceito de Deus é um conceito muito complexo. Omnisciência, omnipresença, omnipotência, soberania, controle absoluto de todas as coisas, justiça (incluindo justa ira contra o mal), santidade e infinitude são elementos de que nem sempre as pessoas se lembram quando dizem “Deus”. Mas o Deus em que cremos é um Deus que necessariamente deve ter estes atributos. Eles são consequências directas da concepção de um Ser supremo.

O Deus em que cremos é aquele que pede que neguemos não só nossas riquezas, mas também nossos familiares e amigos mais íntimos, a favor dele (Lucas 14). Que estou dizendo, que neguemos a nossa própria vida. O Deus em que cremos é aquele que nos leva a dizer: “já não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim”. O longo processo de mortificação do ego é doloroso, um tipo de sofrimento que todo o que recebe a Cristo é alertado de modo directo por suas próprias palavras. O Deus em que cremos é aquele que nos leva a dizer: “não tenho mais vontade, seja feita a Tua”.

O conceito de Deus é o conceito de aniquilação do ego, algo que ninguém neste mundo deseja por conta própria. Não só não é desejável, mas também é algo que naturalmente detestamos. Não somente porque ele ordena essa aniquilação, mas porque a própria contemplação Dele é a nossa aniquilação. Quando os textos da Escritura apresentam pessoas que tiveram uma experiência intensa em que viam a Deus, ela sempre usa palavras de aniquilação e terror: “Haveremos de morrer, porque vimos o Senhor”. Em coerência com isso, não devemos desprezar o testemunho geral dos que crêem, os quais dizem que fugiam de Deus, a ponto de não afirmarem que vieram a aceitar a palavra pelas próprias forças.

Nas palavras de João Calvino:

“Na medida em que não olhemos para além da terra, nós ficamos muito satisfeitos com nossa própria justiça, sabedoria, e virtude; nós interpelamos uns aos outros nos termos mais soberbos, e parecemos menores apenas que semideuses. Mas assim que começamos a elevar nossos pensamentos para Deus, e reflectir em que espécie de Ser ele é, e quão absoluta a perfeição da sua justiça, e sabedoria, e virtude, para as quais, como um padrão, nós somos obrigados a nos conformar, o que anteriormente nos deliciava por sua falsa aparência de justiça se tornará contaminada com a maior iniquidade; o que se nos impôs estranhamente sob o nome de sabedoria nos desgostará por sua tolice extrema; e o que se apresentou na aparência de energia virtuosa será condenada como a mais miserável impotência. Assim estão distantes essas qualidades encontradas em nós, as quais parecem mui perfeitas, em relação à pureza divina. Daí aquele terror e assombro com os quais, de acordo com o que a Escritura nos relata uniformemente, os santos foram atingidos e esmagados quando quer que contemplassem a presença de Deus (...) Eles são, de certa maneira, tragados e aniquilados.”


Sem dúvida, Deus é um Deus de amor, de amor supremo e infinito para com os eleitos. Como disse C. S. Lewis, “Deus é tanto o único conforto, como também o supremo terror: a coisa de que mais precisamos e a coisa de que mais queremos nos esconder”.

Quero propor uma nova visão do sofrimento. Deus está bastante presente no sofrimento porque é nele que nosso ego baixa a guarda, é nele que nosso ego se parte, se enfraquece, é nele em que realmente nos tornamos vulneráveis a Deus. Não é que Deus só grita no sofrimento: é nós que só abrimos o ouvido quando sofremos.

Para fazer um último ataque à visão de um conceito de Deus resultante do sofrimento, vou deixar uma pergunta: se o que queremos é conforto e paz, por que não surgiu, ao longo desta História de sofrimento, apenas o conceito de uma futura vida em paz, tranquilidade, e vida eterna? Porque apenas não nos projectamos mentalmente para um novo mundo, onde haverá delícias e contentamento? Isso não apenas seria mais simples do que conceber um Ser pessoal, supremo, com todos os atributos de perfeição máxima, e com todas as implicações destes para a vida humana? A não ser que haja em nosso coração um desejo puro e independente pelo Ser, de modo dissociado de um desejo por alívio, não vejo por que o conceito de Deus surgiria do sofrimento.

Soli Deo gloria

Luan Marçal

terça-feira, 14 de julho de 2009

Graça Comum

Rejeitamos a graça comum sobre a base da Palavra de Deus. A graça comum ensina que Deus ama o réprobo, mas as Escrituras proclamam que "o Senhor aborrece" "ao avarento" (Sl. 10:4, KJV). O Salmista declara de Deus: "odeias a todos os que praticam a maldade" (Sl. 5:5). É mentira que Deus odeia o pecado, mas ama ao pecador! Além do mais, "o SENHOR prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua [de Deus] alma" (Sl. 11:5). Aqui está a intensidade da aversão de Deus ao réprobo: sua própria alma – tudo o que Ele é – detesta-o. Assim, Jeová "sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso" (v. 6).

A graça comum ensina que as coisas boas que os réprobos recebem nesta vida são prova do amor de Deus por eles. Esse foi o engano de Asafe, e é o engano de muitos. "No santuário de Deus" (Sl. 73:17), Asafe entendeu que "a prosperidade dos ímpios" (v. 3)—sua saúde (v. 4), comida (v. 7), riquezas (v. 12)—era "certamente" Deus colocando-os em "lugares escorregadios" antes de lançá-los na "destruição" (v. 18). Deus dá a eles coisas boas em Sua providência, mas Ele "despreza-os" (v. 20) por sua impiedade (v. 8).

Salomão, o mais sábio dos homens, declarou: "A maldição do SENHOR habita na casa do ímpio" (Pv. 3:33). Todas as coisas boas em sua casa – esposa, filhos, possessões, alimento, etc. – não chegam com o amor de Deus, mas com a Sua maldição.

Algumas pessoas dizem que rejeitamos a graça comum sobre a base de inferências extraídas a partir do conselho eterno da predestinação de Deus. Mas a verdade revelada de Deus da predestinação não é a única doutrina que milita contra a graça comum. Contra a unidade de Deus (Dt. 6:4), a graça comum ensina que Deus tem dois amores, duas misericórdias, duas benignidades, etc. Contra a imutabilidade de Deus (Ml. 3:6), a graça comum ensina que Deus ama os réprobos no tempo, e então os odeia na eternidade. Contra a justiça divina, que é tão grande que Deus não pode "não pode ver o mal" (Hb. 1:13), a graça comum diz que Deus ama aqueles que são completamente iníquos (Rm. 3:10-18). Resumindo, a graça comum postula um amor temporário, limitado, mutável e injusto de Deus (fora de Jesus Cristo!) pelo réprobo. Mas as Escrituras nos ensinam que Deus ama a si mesmo, e que Ele ama Sua igreja eleita (Ef. 5:25) com um amor particular (Rm. 9:18), eterno (Jr. 31:3), infinito (Ef. 3:17-19) e imutável (Sl. 136) em Jesus Cristo.

Esse erro inicial de um amor de Deus pelos réprobos está sendo usado por muitos (incluindo calvinistas professos) para destruir a antítese (Gn. 3:15), amenizar a depravação total, comprometer a expiação particular, pregar um desejo de Deus de salvar o réprobo, silenciar e (então) negar a eleição e reprovação incondicional, recusar condenar o arminianismo e seus mestres, e permitir a comunhão com os arminianos.

Rev. Angus Stewart

Fonte: Common Grace

Determinismo

Tem como ser Calvinista e não ser determinista?

Meu Professor de seminário me disse que não podemos adoptar o determinismo, pois isto não é doutrina bíblica. Então perguntei a ele se acontece alguma coisa que Deus não permita, ou que já houvesse sido previamente determinado. E ele ficou quieto.

Porque vejo que algumas pessoas, por mais que se dizem Calvinistas e crêem nos decretos eternos de Deus, terem esta tendência de achar que existe alguma coisa que Deus não tenha determinado ainda?

De.ter.mi.nis.mo (determinar+ismo) Filos Teoria segundo a qual todos os factos são considerados como consequências necessárias de condições antecedentes. D. cultural: teoria pela qual a conduta individual é modelada pelo tipo de sociedade em que vive. D. Psíquico: teoria que afirma que o curso do pensamento e da decisão voluntária é condicionado por certos princípios gerais.

O calvinismo diz que o homem é depravado de tal forma que sua vontade é conduzida por sua natureza pecaminosa. Diz que quando Deus quer salvar o homem Deus o vivifica inclinando sua vontade à Dele. O calvinismo expressa a realidade, e a realidade é que a vontade do homem nunca é livre.

Se por determinismo querem dizer que todas as coisas foram determinadas, ele seria também a realidade de acordo com o Calvinismo. Deus pré-determinou todas as coisas, cada uma delas escrita e determinada quando nenhuma delas havia ainda (Sl. 139.16).

Negar o determinismo é ser arminiano! Contudo, como sempre, devemos definir o que é determinismo. Muitos crêem num determinismo não bíblico, como alguns pagãos, que acham que os factos estão determinados por alguma força da natureza, por alguma maldição da vida passada, etc. Para mim, determinismo bíblico é sinónimo de predestinação...

Infelizmente os ensinos de Calvino são verdadeiramente difundidos. O Calvinismo vai muito além dos cinco pontos, e na realidade afecta toda uma cosmovisão reformada. Minha proposta é reflectirmos sobre até que ponto somos calvinistas de facto. Por exemplo, muitos podem não saber, mas Calvino ensinou que o determinismo é um conjunto de ensinamentos que mostra que Deus está no controle soberano do mundo, realizando sua vontade em e sobre todas suas criaturas.

Seria equivalente dizer que Deus decreta todas as acções e omissões humanas e angelicais, move activamente o coração do homem para realizá-lo e mantém activamente o pecado, administrando-o para sua glória.

Reprovação Activa

Deus em sua Soberania decidiu antes da fundação do mundo os seus eleitos e seus rejeitados, amando os primeiros e odiando os próximos, fazendo menção de que tudo isso seria à parte de obras, ou seja, Deus não escolheu homens de uma massa caída, mas escolheu-os e amou-os antes disso, mas fez com que todos sofressem a acção do pecado.

Além do mais, Deus opera no réprobo o endurecimento, agindo activamente para que ele não se converta, pois isso é para Sua glória.

Deus autor do pecado?

Dizer que Deus predetermina todas as coisas, incluindo o pecado do homens, fá-lo o autor do pecado? Não! Pecado é a desobediência a Deus, e Deus obedece a si mesmo quando predetermina até o pecado dos homens. Deus 'faz todas as coisas segundo o eterno conselho da sua vontade' (Efésios 1:11). Predeterminou a maldade dos irmãos de José para o bem de José; e o pecado destes foi o meio para a bênção que salvaria José.

Deus não é autor do pecado, no sentido efectivo, ou seja, Deus não pode praticar um mal moral... visto que Ele mesmo é santo, e de quem deriva-se todo o conceito de bem ou mal... para que Deus pudesse ser autor de qualquer espécie de "pecado" ou mal moral, deveria existir alguém ou algo superior a Ele, que lhe servisse de ponto de referência moral e ética... Nada nem ninguém está acima de Deus.

Portanto, este tipo de discussão parece mais aquelas pegadinhas escolásticas medievais, em que perguntavam quantas legiões de anjos cabiam na cabeça de um alfinete ou se Deus poderia fazer uma pedrão tão grande que ele não pudesse carregar, ou se ele seria capaz de fazer um círculo quadrado.... Isso são irracionalidades! Fora de cogitação!

Deus não necessita de defensores. Ele não precisa de nada para justificar os Seus actos soberanos neste mundo. Ele é o Criador, o Formador e o Moldador. É o Todo-Poderoso. Por ser todo-poderoso, Deus detém controle absoluto de tudo o que criou. Nada do que Ele faz pode ser injusto — todos os seus actos são rectos. NÃO existe lei capaz de considerá-lo injusto, por ser Ele o legislador.

Ele declarou o fim desde o princípio, e tem realizado, realizou e continuará a realizar toda a sua vontade” (Is 46.10).

Tudo o que acontece neste mundo ocorre apenas porque assim o decretou o Senhor, de acordo com seu beneplácito. Quem reverencia o direito soberano do Senhor, e sua capacidade, de reger toda a criação como lhe apraz não vê necessidade de defender esta proposição. Todavia, existem alguns que afirmam se regozijar na soberania divina absoluta e, no entanto, sentem a necessidade de defendê-lo e justificá-lo perante o mundo.

Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas” (CFW 3,1).
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” Daniel 4.35
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra ? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9.21-24 )
Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel” (Actos 4.26-27).
"Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles" (Salmo 139.16).
E sucedia que, quando o espírito mau DA PARTE de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1º Samuel 16.23).
E se o profeta FOR ENGANADO, e falar alguma coisa, EU, O SENHOR, TEREI ENGANADO esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel” (Ezequiel 14.9).
E A IRA do Senhor se tornou a acender contra Israel; e INCITOU a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” (2º Samuel 24.1).
Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Verdadeiramente ENGANASTE grandemente a este povo e a Jerusalém, dizendo: Tereis paz; pois a espada penetra-lhe até à alma”. (Jeremias 4.10)
“E por isso Deus lhes enviará a OPERAÇÃO DO ERRO, para que creiam a mentira” (2ª Tessalonicenses 2.11).
Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de MENTIRA na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti” (1º Reis 22.23).



Autor - Luan Marçal


Soli Deo gloria

Por que as mulheres não falam e nem oram em público em nossa igreja?

Seria uma decisão radical e machista da nossa Igreja? Qual o fundamento bíblico para agirmos assim? Gostaríamos de iniciar essa série de estudo sobre esse importante assunto, desde o Velho Testamento.

A submissão da mulher compreende dois aspectos, primeiro o natural, conforme sua própria constituição física,“vaso mais fraco” (1Ped 3.7) cuja função estabelecida na estrutura familiar era, “auxiliadora idónea”(Gen 2.20), e “glória do seu marido” (1 Cor 11:7), mas com o advento do pecado, consequências drásticas foram impostas ao primeiro casal e à mulher lhe coube as dores do parto e um agravante na submissão: “E à mulher disse: multiplicarei grandemente a dor de tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gen 3:16).

Isto não significa em absoluto direito de propriedade, nos moldes escravagista, como atribuem alguns ignorantes chauvinistas, mas sim uma liderança de amor e responsável por parte do marido. Contudo, este princípio de submissão, extrapola os limites do lar e é observado por toda a Escritura. Foi assim com Sara, elogiada pela sua submissão e piedade (1Ped 3:5,6), Rebeca, Raquel, todas se ativeram à sua condição, submissas à liderança espiritual de seus maridos patriarcas, cumprindo sua missão de mãe.

Alguns argumentam de modo contrário lembrando das mulheres que foram profetizas no Velho Testamento e especificamente citam o caso de Débora que julgou Israel no tempo dos juízes. Quanto às profetizas, o ofício não exigia o exercício de autoridade, mas apenas entrega, com fidelidade daquilo que o Senhor dizia por seu intermédio, não era ensino autoritativo, nem interpretativo. Quanto ao caso de Débora, é claro que se tratou do juízo de Deus ao Seu povo num momento de confusão e clara desobediência.”Naqueles dias não havia rei em Israel; e cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos” (Juiz 21:25). Débora convocou a Baraque para liderar as milícias do Senhor, este recusou ir só e exigiu a companhia de Débora, que o advertiu: ”certamente irei contigo; porém não será tua a honra desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor vencerá Sísera” (Juiz 4:9), e de fato coube à Jael a glória da morte do general inimigo. Mas ao final, no seu cântico de vitória, Débora conclama os homens, juízes, líderes naturais das tribos de Israel a reassumirem seus cargos de honra na condução do povo de Deus. É interessante notar que o livro de Juízes, relata a história de um rei que pediu ao seu escudeiro que o matasse a espada, porque havia sido ferido mortalmente na cabeça por uma pedra lançada por uma mulher (Juiz 9:53,54). Tudo isso para mostrar, que era juízo de Deus a liderança de mulheres, ou ser derrotado por elas. No livro do profeta Isaias, este opróbrio é confirmado: “Quanto ao meu povo, crianças são os seus opressores e mulheres dominam sobre eles, Ah! Povo meu!, os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas” (Isa. 3:12).

Não é propósito de Deus, portanto, que as mulheres exerçam autoridade de homem. Nem estejam à frente no governo quer dos negócios do mundo ou da Igreja. Orar em público, liderar, governar, ensinar homens, são exercícios de autoridade reservados aos homens. O princípio de submissão que lhe coube por causa do pecado se estende a todos os lugares, inclusive na Igreja. Sobre elas pesa a sentença do Gênesis: “Teu desejo será para o teu marido e ele te governará…”

Tendo visto o que o Velho Testamento ensina a respeito do lugar próprio da mulher nos propósitos de Deus e como é vedado a elas o exercício da autoridade de homem, passamos agora às considerações do assunto no Novo Testamento.

Na primeira carta à Timóteo, no capítulo 2, o apóstolo estabelece como deve ser o procedimento no culto público de Deus dizendo o seguinte:

“Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas como convém às mulheres que fazem profissão de servir a Deus com boas obras. A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.” (I Tim. 2:8-15)

O texto fala por si mesmo, mas algumas pessoas o interpretam usando o argumento cultural: “Paulo diz isso por causa da cultura do seu tempo! Naquela época as mulheres não falavam em público mesmo!” - dizem; contudo, esse tipo de interpretação violenta o texto, porque o próprio apóstolo deixa claro a razão de sua proibição veemente, e esta não é cultural mas teológica! “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão!” Portando, não é uma questão cultural, mas espiritual.

Na primeira carta do apóstolo aos Coríntios, corrigindo a grande confusão que aquela igreja agia com relação ao culto, no capítulo 11 ele estranha que mulheres se manifestassem no culto para orar em línguas e profetizar sem o uso do véu.

Devemos nos lembrar que profetizar, como faziam também algumas mulheres no V.T., não era um exercício de autoridade, elas não interpretavam nem ensinavam, mas apenas repetiam a palavras inspiradas. Mesmo assim seria um absurdo fazê-lo sem ter sobre si o sinal de submissão, o véu; mas hoje, não temos mais o exercício desses dons de revelação e as mulheres não necessitam mais usar véu, uma vez que não irão mesmo falar em público. Por isso, na mesma carta, no capítulo 14, logo a seguir, tratando do mesmo assunto, ordem no culto, nos versos 34 e 35 ele diz: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja” A razão também nos é revelada, e não é cultural, mas sim espiritual “como também ordena a Lei”, isto é, o Velho Testamento, certamente se referindo ao livro do Gênesis.

E qual seria então as atividades das mulheres na Igreja?

Bem, primeiro, elas devem cantar, participando assim do canto congregacional. Ensinar crianças, como mães, e outras mulheres, como diz o texto:

“As mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada. mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos, a serem moderadas, castas, operosas donas de casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja blasfemada.” (Tit 2:3-5)

Além disso, há muito trabalho indispensável na Igreja, que estas santas mulheres podem fazer servindo a Deus. O Senhor Jesus foi servido por elas, de modo a não lhe deixar faltar nada: “Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.” (Mar 15:40-41)

O apóstolo Paulo, em sua saudação final na carta ao Romanos, faz menção de uma tal “Febe”, que alguns pensam ser uma diaconisa da Igreja de Cencréia (ou Corinto), porque ele usa a palavra “serva” que no grego é “diaconon”. No entanto, não há porque concluir isso, uma vez que não há qualquer outro texto para confirmar essa interpretação e o que Paulo está dizendo é tão somente que esta irmã atuava de forma extraordinária na Igreja inclusive lhe sendo muito útil e portanto deveria ser recebida pela Igreja de Roma com deferência:“Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que é serva da igreja que está em Cencréia; para que a recebais no Senhor, de um modo digno dos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque ela tem sido o amparo de muitos, e de mim em particular.” (Rom 16:1-2)

As irmãs, devem participar das reuniões de oração da Igreja, onde homens estão presentes, fazendo seus pedidos e acompanhando as orações em silêncio.

O ato de orar em público, é um exercício de autoridade, porque aquele que ora, está elevando toda congregação, até o trono de Deus e intercedendo pela Igreja. Por isso o apóstolo diz: “Quero que os varões orem…”. Isto não impede, que as mulheres tenham suas próprias reuniões de oração e se reúnam, sob a supervisão do Conselho, para interceder pela Igreja, pelos seus maridos, filhos, etc.

Concluo lembrando que as mulheres sempre foram muito ativas e de grande importância na vida da Igreja ao longo de sua história. Sempre agiram, santa e piedosamente, nos bastidores, para prover tudo que fosse necessário, sem reivindicar direito de ofício. Não há na Bíblia qualquer indício de ter havido Apóstola, Bispa, Pastora, Presbítera ou Diaconisa, no entanto, todos nós sabemos que a Igreja não chegaria aonde chegou sem a atuação delas. Deus as têm usado e ainda as usará, dentro dos limites que Ele mesmo ordenou e instituiu na Sua Palavra. Qualquer coisa que passar disso é invenção dos homens, influenciados pela psicologia moderna e pelo feminismo.

Rev. Josafá Vasconcelos

Fonte:

http://www.iphr.org.br/2008/09/por-que-as-mulheres-nao-falam-e-nem-oram-em-publico-em-nossa-igreja/